Apple reúne investidores com ações em alta recorde
22 fev2012 - 17h30
(atualizado às 20h40)
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O presidente-executivo da Apple Tim Cook está em uma posição invejável - liderando o mercado e com preços de ações que parecem desafiar a gravidade. Porém, conforme se aproxima o encontro anual com acionistas, alguns problemas podem gerar angústia. O principal deles está na China, onde condições ruins de trabalho chamam atenção, e o iPad está sob ataque.
O encontro desta quinta-feira ocorre dias após a ação da Apple atingir um novo recorde de alta a US$ 526,29, antes de retroceder ligeiramente. A ação pode receber um novo impulso no próximo mês, quando se espera que a Apple apresente uma nova versão do iPad.
Os papéis da empresa registraram um rali nas últimas sete semanas, ganhando US$ 100 e fazendo da Apple a empresa mais valiosa dos Estados Unidos, com uma capitalização de mercado de US$ 468 bilhões. Mas, assim como as ações da empresa, condições de trabalho de fabricantes contratados pela Apple na China atraíram a atenção este ano.
Recentemente, a Apple tentou redirecionar as atenções para seus esforços em fazer com que seus parceiros tratem bem seus funcionários, algo que a fabricante deve reforçar no encontro de quinta-feira.
Uma organização sem fins lucrativos dos EUA (Fair Labor Association) iniciou um estudo sobre as condições de trabalho de parceiros da Apple, incluindo unidades chinesas da Foxconn, que ganhou destaque com notícias de suicídio de trabalhadores, explosão em uma unidade e condições ruins de trabalho.
Dividendos devem aumentar
Uma eterna dúvida entre acionistas está na enorme quantidade de caixa da Apple. A empresa agora dispõe de mais de 100 dólares por ação em dividendos e títulos.
Cook afirmou no início do mês que a empresa está discutindo ativamente sobre o que fazer com esse dinheiro, pedindo aos acionistas para serem pacientes enquanto a Apple toma uma decisão, alimentando especulações de que a empresa pode retornar esse dinheiro em dividendos ou recompra de ações.
Alguns fãs da Apple - aqueles que passam dias na fila para serem os primeiros a comprar o iPhone, o iPad ou o iPod recém-lançados pela companhia de Cupertino - têm uma certa dificuldade de admitir algumas falhas da empresa, ou pelo menos que existem áreas em que a concorrência se sai melhor. Pensando nisso, o site Business Insider listou alguns mitos sobre a Apple que os "fanboys" têm dificuldade em acreditar que não sejam verdade. Confira na galeria de fotos
Foto: Getty Images
Aparelhos da Apple têm um hardware melhor - Apesar de parecerem melhores que os concorrentes, muitas vezes os gadgets da Apple estão longe de ter um melhor hardware. Como existe um ciclo de desenvolvimento de um ano, a concorrência pode construir um produto melhor nesse período. Um exemplo é a câmera do iPhone: enquanto outras fabricantes já produziam aparelhos com resolução de 8 megapixels, o iPhone 4 tinha apenas 5 MP
Foto: AP
Apple põe mais smartphones à venda que a Samsung - Ao contrário do que muitos fãs pensam, a Samsung é a maior fabricante de smartphones do mundo, com 27,8 milhões de unidades no terceiro trimestre deste ano, enquanto a participação da Apple vem caindo ligeiramente. Mesmo o lançamento do iPhone 4S ainda não conseguiu mudar isso, já que a sul-coreana tem uma vantagem de 10 milhões de aparelhos e fabrica celulares com uma variedade maior de sistemas operacionais
Foto: Divulgação
Aparelhos da Apple não falham - Mesmo que os fãs da maçã tirem sarro da tela azul da morte do Windows, os computadores da Apple também falham. Até o site da empresa admite isso. "Em raras situações, seu Mac pode parar de responder e exibir uma mensagem informando que 'É necessário reiniciar o computador'. Isso se chama um kernel panic. Aqui temos uma mensagem simples de kernel panic que pode ser exibida", diz um tópico na página de suporte da empresa
Foto: Apple / Reprodução
Android é uma bagunça - Mesmo que a Apple tenha alcançado a liderança com o iOS, o Android vem ganhando terreno a cada nova versão. O lançamento do Android Honeycomb incorporou uma interface nativa para tablets, e a chegada do Ice Cream Sandwich vai unificar as experiências do sistema operacional em tablets e smartphones, uma coisa que a companhia de Cupertino ainda não fez
Foto: Divulgação
A Microsoft é irrelevante - Mesmo que a Apple tenha mais sucesso na área de smartphones e tablets, a companhia nunca conseguiu uma resposta para concorrer com produtos como o Office e o Xbox, divisões da empresa de Mountain View que movimentam, respectivamente, US$ 5 bilhões e US$ 2 bilhões por trimestre. Além disso, a Microsoft vem investindo forte no Windows Phone, com smartphones que podem, pelo menos, incomodar o iPhone
Foto: AFP
Estamos na era pós-PC - O sucesso da Apple com o iPhone, o iPad e o iPod touch faz muita gente acreditar que os computadores pessoais perderam toda a sua glória na batalha contra os aparelhos inteligentes da empresa de Cupertino. Porém, os números mostram que, apesar da queda nas vendas, os fabricantes vão vender mais de 400 milhões de PCs neste ano
Foto: Getty Images
Computadores Apple não sofrem ataques de vírus e malwares - O aumento da popularidade dos computadores da Apple vem fazendo com que os cibercriminosos desviem o olhar apenas do Windows e passem a criar ameaças também para o Mac. Exemplo disso foi o MacDefender, um trojan disfarçado de antivírus que atingiu usuários da maçã e obrigou a companhia a lançar uma atualização de segurança para contê-lo
Foto: Divulgação
Android está perdendo a guerra dos sistemas operacionais móveis - Enquanto a participação da Apple no mercado de smartphones cai ligeiramente, o Android domina o mercado móvel. O sistema operacional do Google já foi ativado em mais de 550 milhões de dispositivos, e ganha diariamente mais 550 mil aparelhos, segundo os últimos números divulgados
Foto: Divulgação
Flash não presta - Depois que Jobs lançou o iPhone sem suporte ao Flash, os fãs da marca iniciaram uma cruzada contra o software. Porém, mesmo que não seja a ferramenta mais indicada para smartphones, já que consome muita bateria, o Flash tem sua importância nos navegadores dos PCs. O YouTube, por exemplo, ainda usa o Flash como padrão
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