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Brasileiro do Facebook diz que pagará impostos aos EUA

17 mai 2012 - 17h23
(atualizado às 17h51)
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O cofundador brasileiro do Facebook, Eduardo Saverin, afirmou nesta quinta-feira que pagará impostos aos Estados Unidos, mesmo depois de renunciar à sua cidadania americana. Em uma nota enviada por seu porta-voz, Saverin disse que pagará "centenas de milhões de dólares em impostos ao governo americano".

Saverin era colega de quarto de Zuckerberg em Harvard e é cofundador do Facebook
Saverin era colega de quarto de Zuckerberg em Harvard e é cofundador do Facebook
Foto: Getty Images

Ele foi acusado por dois senadores dos Estados Unidos nesta quinta-feira de ter renunciado à cidadania para evitar impostos sobre os lucros do Facebook nos mercados de ações. "É enfurecedor ver alguém vender o país que o recebeu de braços abertos, protegeu-o, educou-o e ajudou-o a se tornar milionário", disse o senador Charles Schumer à imprensa. "Queremos impedir esse estratagema".

"Eu paguei e continuarei a pagar quaisquer impostos sobre tudo que lucrei enquanto cidadão americano", diz a nota. "É lastimável que minha escolha pessoal tenha gerado um debate público, baseado não em fatos, mas somente em especulação e informações falsas".

Saverin disse que sua decisão de renunciar à sua cidadania norte-americana e se mudar para Cingapura se baseou somente "em meu interesse em trabalhar e viver em Singapura, onde resido desde 2009".

O Facebook planeja levantar bilhões em uma oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) que poderia gerar grandes impostos, estimados em US$ 67 milhões, sobre o ganhos de Saverin, que ainda é parcialmente dono da empresa.

O Facebook fixou o preço das ações, que serão negociadas no pregão da Nasdaq a partir desta sexta-feira, a US$ 38. A empresa deve levantar US$ 16 bilhões, no maior IPO da história entre as empresas de internet.

Brasileiro, Saverin foi educado nos Estados Unidos e se tornou um cidadão norte-americano. Durante seus estudos universitários, ele foi cofundador do Facebook junto a Mark Zuckerberg e outros. Saverin vive hoje em dia em Cingapura, cuja legislação não inclui impostos sobre ganhos de capital. O imposto a longo prazo sobre ganhos de capital nos Estados Unidos é de, no mínimo, 15 por cento.

Schumer e o senador Bob Casey, ambos membros do Partido Democrata, disseram que vão propor legislações com o fim de atacar o que veem como uma maneira de expatriados evitarem impostos.

A lei presumiria que expatriados com patrimônio de US$ 2 milhões ou mais, cujo valor médio pago em impostos tenha superado 148 mil dólares nos últimos cinco anos, renunciaram a sua cidadania com o objetivo de evitar impostos.

Esses expatriados de alta renda teriam uma chance de provar o contrário ao International Revenue Service, mas se não forem bem sucedidos, teriam de enfrentar taxação de 30% em futuros ganhos sobre investimentos, não importando onde residam.

Caso não paguem esses impostos, seriam proibidos de readentrar os Estados Unidos.

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