Com aquisição do Instagram, Facebook começa a ir às compras
9 abr2012 - 16h47
Compartilhar
A notícia de que o Facebook adquiriu o Instagram por US$ 1 bilhão de dólares agitou não só os usuários de ambos os serviços, mas também os empresários e investidores de tecnologia em todo o mundo. A maior rede social do planeta, que até então só havia comprado pequenas companhias para contratar seus funcionários (movimento de aqui-hire, em inglês), agora deu um passo grande que pode significar sua entrada em outro ramo de negócios, segundo o TechCrunch.
O próprio fato de Mark Zuckerberg ter comentado contra esta possibilidade, seria um indício. "É a primeira vez que o Facebook compra um produto ou companhia com tantos usuários. Não planejamos fazer muitas (compras) como essa, se fizermos qualquer outra", comentou o CEO do Facebook no post de anúncio da aquisição. Mas para o site de tecnologia, o negócio indicou aos analistas do setor financeiro que a companhia de Menlo Park está estreando como "comprador" no mercado de fusões e aquisições (mergers and aquisitions ou M&A, em inglês).
Com o IPO a caminho, o Facebook poderia se equiparar ao Google e à Microsoft como "a menina dos olhos" dos empreendedores de start-ups, ecossistema que se desenvolve baseado em empresas de investimento, capitais de risco e investidores anjos - todos querendo ajudar iniciantes e ganhar algum dinheiro quando o negócio cresce. Além disso, com os US$ 5 bilhões em dinheiro que a rede social vai levantar quando abrir capital na bolsa, o TechCrunch avalia que o Facebook poderia fazer algumas mudanças - ou compras - nos próximos meses.
O Instagram foi lançado como aplicativo exclusivo para o iPhone, em 2010, e conseguiu reunir mais de 27 milhões de usuários. O sucesso do app fez com que seus criadores levassem o programa de filtros de fotos para os smartphones com Android, o sistema operacional do Google. O lançamento no Google Play, loja de aplicativos do Android, foi na terça-feira, e já nesta quarta surgiram contas no Tumblr criticando uma possível "orkutização" do Instagram
Foto: orkutgram.tumblr.com / Reprodução
O termo "orkutização" é usado em referência à suposta "invasão" de usuários do Orkut em outras redes sociais, como Twitter e Facebook. Na maioria das vezes usado em tom pejorativo, reclama da chegada dos usuários mais recentes do Orkut - tidos como pessoas de baixa renda - a redes que ainda se conservavam, na mesma lógica de pensamento, mais "classe média/alta"
Foto: orkutgram.tumblr.com / Reprodução
A ideia da "orkutização" do Instagram após sua chegada ao Android se apoia, em parte, no fato de que o sistema operacional roda em aparelhos de faixas de preço muito distintas, e na maior parte das vezes inferior ao valor do iPhone da Apple. Por isso, as imagens postadas em contas do Tumbr como Orkutgram e Android no Instagram mostram situações e produtos estereotipados como sendo de pessoas de renda mais baixa
Foto: orkutgram.tumblr.com / Reprodução
Foto de pães passou por filtra Lord Kelvin do Instagram
Foto: androidnoinstagram.tumblr.com / Reprodução
O dono da conta Orkutgram, @catupiry, afirma em seu perfil do Twitter que participou de sites de humor como Humortadela e Kibeloco
Foto: orkutgram.tumblr.com / Reprodução
O perfil do Android no Instagram traz a descrição, "chegamos! hipsters, chorem!". Hipsters são pessoas que acompanham tendências, e em geral o termo é usado no sentido pejorativo indicando um grupo que gosta de ter objetos, usar acessórios e fazer coisas que antes de elas virarem moda
Foto: androidnoinstagram.tumblr.com / Reprodução
Usuário fotografa dedos do pé com filtro Nashville do Instagram
Foto: orkutgram.tumblr.com / Reprodução
No Orkutgram e no Android no Instalagram, ao copiar as fotos do aplicativo os donos das contas escrevem comentários com erros de grafia e coesão, em geral com conteúdo pouco lisonjeiro