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Disputas no mercado móvel atingem produtores de conteúdo

2 out 2012 - 10h05
(atualizado às 10h37)
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Para Microsoft e Amazon, assim como para as demais empresas que esperam conquistar fatias generosas do mercado de computação móvel hoje dominado pela Apple, o futuro depende de pessoas como Scott Porad.

Como vice-presidente de tecnologia da Cheezeburger Network, uma popular rede de sites de humor, Porad precisa tomar decisões difíceis sobre que aparelhos móveis merecem o desenvolvimento do software especial - os aplicativos ou apps - que dá brilho ao conteúdo da empresa.

Desenvolver aplicativos para o iPhone, um sucesso de vendas, é uma obviedade, mas o mesmo não se aplica no caso do novo software Microsoft Windows 8, das diversas versões do sistema operacional Google Android ou dos aparelhos BlackBerry, da Research In Motion.

"Somos uma pequena empresa e nossos recursos não são ilimitados", disse Porad. "Claramente não temos como arcar com desenvolvimento de apps para todos os sistemas".

A Cheezeburger, uma rede independente de conteúdo com 85 funcionários e cerca de 16 milhões de acessos ao mês em todo o mundo, decidiu que produziria um aplicativo para o Windows 8, mas descartou o BlackBerry e outras plataformas. No entanto, muitos outros desenvolvedores optaram por esperar para ver.

A cautela se estende não só ao Windows como também, cada vez mais, ao Android, à medida que o software evolui de maneiras distintas nas plataformas de diferentes fabricantes. Um aplicativo para o Kindle Fire é bem diferente de um para o Samsung Galaxy, ainda que os dois aparelhos empreguem o Android.

De fato, a explosão da concorrência nos mercados de tablets e smartphones pode estar oferecendo ampla escolha aos consumidores, mas, para as companhias de Internet, é mais problema que vantagem.

Elas agora têm de desenvolver até seis diferentes aplicativos se desejam atingir todos os consumidores móveis, e cada projeto de desenvolvimento custa no mínimo algumas dezenas de milhares de dólares, e muito mais para manter os aplicativos atualizados ao longo de sua vida útil.

Uma solução é recorrer à HTML 5, linguagem de software que pode embasar aplicativos em muitas plataformas diferentes. Ela também permite que os desenvolvedores contornem as regras severas que a Apple impõe ao tratamento de assinaturas e transações financeiras pelo iOS.

Mas muitos argumentam que os aplicativos em HTML 5 são deficientes - posição endossada recentemente pelo presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg. Segundo ele, a decisão de adotar a HTML 5 para os aplicativos da empresa foi o maior erro cometido pelo site de rede social.

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