Facebook estreia na Bolsa e recebe processo de US$ 15 bilhões
Enquanto a maior parte dos funcionários do Facebook comemora a estreia da rede social na bolsa de Nasdaq, nesta sexta-feira, o departamento jurídico da companhia de Mark Zuckerberg se prepara para encarar um processo de US$ 15 bilhões por rastreamento de usuários, aberta também nesta véspera de final de semana, em São Jose, na Califórnia. A ação é coletiva e combina mais de 20 casos semelhantes de diferentes locais dos Estados Unidos, segundo o Mashable, que cita informações da Bloomberg.
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A acusação é de que o Facebook estaria violando a privacidade de seus usuários aos seguir os "passos online" das pessoas, o que seria possível graças aos botões "curtir" espalhados por sites externos na web. "Esta não é apenas uma ação de danos, mas um caso revolucionário de direito à privacidade na internet, que poderia ter implicações grandes e significativas tanto legais quanto para as empresas", afirmou um dos sócios da Stewarts Law US LPP, uma das companhias que lidera o processo, à Bloomberg.
A argumentação do caso é de que o suposto rastreamento dos usuários por parte do Facebook viola o Ato contra Escutas (Wiretap Act) americano, que proíbe "a interceptação e a divulgação de escutas, comunicações orais ou (conversas) eletrônicas". A lei, segundo o texto do processo, "prevê danos de US$ 100 por violação por dia, até US$ 10 mil por usuário do Facebook", matemática que leva aos US$ 15 bilhões, considerando um total de 800 milhões de usuários - a rede tem mais de 900 milhões atualmente.
A ação coletiva é resultado de uma decisão de um colegiado californiano, que decidiu que múltiplos processos deveriam ser unidos e julgados na terra natal do Facebook. Segundo o porta-voz da Stewarts, a companhia está tentando incrementar o caso com reclamações de outros países.