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Kodak se prepara para pedir falência em fevereiro, diz jornal

5 jan 2012 - 12h18
(atualizado às 13h31)
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A Kodak se prepara para pedir falência entre o final de janeiro e início de fevereiro, segundo informações de "fontes próximas ao assunto", citadas nesta quinta-feira pelo The Wall Street Journal. Pioneira no segmento de fotografia, a empresa de mais de cem anos tem como última esperança vender algumas de suas patentes. Por meio de um porta-voz, a Kodak afirmou que não se manifesta sobre "rumores ou especulações de mercado".

Kodak de 131 anos foi fundada pelo criador do filme fotográfico, George Eastman
Kodak de 131 anos foi fundada pelo criador do filme fotográfico, George Eastman
Foto: AP

Se a venda de patentes não funcionar, a Kodak vai pedir a proteção do Capítulo 11 da lei de falências norte-americana, que permite a reorganização da empresa durante um período. A outra opção seria a falência total, pelo Capítulo 7, em que a empresa encerra suas atividades e um tutor vende os bens para pagar as dívidas.

Na tentativa de se reorganizar, segundo as fontes citadas pelo WSJ, a companhia fundada por George Eastman, criador do filme fotográfico, precisaria de US$ 1 bilhão para continuar com as operações. E a Kodak já estaria em conversas com bancos para conseguir o financiamento. A venda de 1,1 mil patentes também está prevista para esta etapa.

A falência da Kodak seria um último capítulo na história que começa com pioneirismo e auge e vem terminando em decadência. Criada em 1888, a companhia com sede em Rochester, no estado de Nova York, foi a maior do segmento, captando talentos de diferentes locais do mundo e produzindo inovações em tecnologia de imagem.

Foi a Kodak quem inventou a câmera digital, em 1975, mas a companhia não conseguiu capitalizar a criação. Em vez de investir em modelos eletrônicos, a empresa que via o negócio de películas fotográficas decair acabou se focando, nas décadas de 1980 e 1990, em produtos químicos e de limpeza, e equipamentos para testes médicos.

As impressoras comerciais e residenciais só ganharam atenção da empresa a partir da gestão do CEO Antonio Perez, na última década. Mas os equipamentos, assim como as tentativas dos 20 anos anteriores, não geraram a receita necessária para que a Kodak pudesse honrar com suas obrigações, que incluem aposentarias milionárias. Nesse quesito, a falência com proteção do Capítulo 11 permitiria que a companhia fosse desobrigada dos encargos.

De acordo com fontes próximas ao assunto, a situação de débitos da Kodak, bem como o "peso" de sua infrutífera divisão de novos negócios, tornam a companhia pouco atrativa para uma compra. As patentes, por outro lado, poderiam ser mais facilmente vendidas se a empresa estiver em processo de falência. Na quarta-feira, as ações da Kodak, quem tem cerca de 19 mil funcionários, fecharam a US$ 0,47, com queda de 28%.

Fonte: Terra
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