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Wall Street gosta, mas não adora o Facebook

27 jun 2012 - 15h32
(atualizado às 17h02)
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O Facebook recebeu avaliações mornas dos principais analistas de Wall Street, um mês após a tumultuada estreia de suas ações no mercado, à medida que alertas sobre seu modelo incerto de negócios e a difícil transição para plataforma móvel causaram uma desvalorização nos papéis da empresa.

Em mais de uma dúzia de esperados relatórios, Morgan Stanley e outras grandes corretoras que atuaram no IPO da empresa disseram que ainda permanece incerto como o Facebook planeja ganhar dinheiro com o crescente número de usuários que acessam a maior rede social do mundo através de smartphones e tablets.

"Os relatórios dizem que há dúvidas reais sobre o fortalecimento deste modelo de negócios, do fortalecimento fundamental desta companhia, junto com seu valor de mercado", disse Tim Ghriskey, gerente de carteira da Solaris Asset Management que acompanha a pesquisa de analistas. "Nós não estamos comprando (Facebook) agora, isso é certeza".

A maior parte dos analistas espera que a grande base de usuários do Facebook vá ajudar a empresa a ter uma substancial fatia do mercado de publicidade na internet. Mas metade das recomendações divulgada nesta quarta-feira sugeriam "manter" (ou equivalente) estes papéis - apesar de as ações estarem sendo negociadas abaixo de seu preço de IPO, de US$ 38.

Os relatórios, todos de bancos envolvidos no IPO, representam a avaliação mais ampla de Wall Street sobre o Facebook, primeira empresa nos EUA a estrear na bolsa com um valor de mercado de mais de US$ 100 bilhões.

Os 33 bancos que participaram na listagem das ações foram solicitados por reguladores para que esperassem até 40 dias contados a partir do primeiro dia de negociação, em 18 de maio, para publicar suas estimativas, limitando a pesquisa sobre o Facebook a poucos analistas.

"Uma das coisas que investidores terão que se acostumar é com a recente desaceleração no crescimento da receita do Facebook", disse Scott Devitt, do Morgan Stanley, banco que coordenou a operação.

Devitt, que disse aos principais clientes do banco que havia cortado suas estimativas de receita sobre o Facebook poucos dias antes do IPO, afirmou esperar que a rentabilização móvel será um desafio para os próximos trimestre, ou até anos. Ele espera que a receita cresça 31% em 2012, forte queda sobre o avanço de 88% no ano passado.

Das 15 recomendações de analistas liberadas na noite passada ou nesta quarta-feira, sete atribuíram ratings otimistas ("compra", "outperform" ou "overweight") para a rede social, incluindo JP Morgan, Goldman Sachs e o próprio Morgan Stanley.

Sete outros, incluindo Citi e Credit Suisse, deram ao Facebook recomendação "neutra" ou de "manter". E apenas um, da BMO Capital Markets, começou sua cobertura com "underperform" (quando é esperado desempenho abaixo da média do mercado), e preço alvo de US$ 25, o que representa uma queda de quase 25 por cento sobre os níveis atuais.

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