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Wozniak: Steve se foi, mas a paixão ainda move a Apple

3 out 2012 - 07h20
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Guilherme Neves

Passado um ano sem Steve Jobs, que morreu em 5 de outubro de 2011, a pergunta que surgiu logo após a morte de um dos criadores da empresa segue: quanto tempo a Apple ainda vai durar no auge? Para o cofundador da empresa, Steve Wozniak, até pode ser que ela decline, mas não pela ausência de Jobs. Na opinião de 'Woz', nem os "fiascos" recentes da empresa abalaram a imagem que o público tem da marca. "É a paixão que move (a Apple), e a paixão está mais forte do que nunca", disse ao Terra.

Steve Wozniak, cofundador da Apple, diz que mesmo sem Jobs a empresa está indo bem
Steve Wozniak, cofundador da Apple, diz que mesmo sem Jobs a empresa está indo bem
Foto: Aly Song / Reuters

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"Eu ainda vejo, por exemplo, o grande entusiasmo dos jovens buscando emprego nas lojas da Apple", disse Wozniak em entrevista ao Terra na semana passada, enquanto estava na Austrália, onde entrou na fila junto com os fãs da marca na estreia do iPhone 5.

"Algumas pessoas olham para deficiências (em produtos recentes) e dizem que Jobs nunca as deixaria passar. Na verdade, muitas outras falhas chegaram ao mercado no passado", afirmou Wozniak.

Excelência segue em alta

No último grande lançamento da empresa, o iPhone 5, novas tecnologias, como o LTE, e uma tela maior foram os grandes destaques. O problema foi a troca do Google Maps por uma ferramenta própria no sistema operacional do aparelho.

O novo app apresentou erros de localização que repercutiram na internet. Como lembra Wozniak, no entanto, Jobs também teve que enfrentar suas 'crises', como as críticas pela falta de Flash nos primeiros modelos do iPhone e o bug na recepção do sinal conhecido como 'antenagate', no iPhone 4.

Apesar de concordar que o lançamento da ferramenta de mapas não pegou bem, Woz não considerou algo forte o suficiente para prejudicar o legado deixado por Jobs.

"Os produtos representam o que há de melhor em conteúdo e acabamento visual atualmente, assim como fizeram nos últimos anos. Para ser sincero, é preciso olhar muito além de um ano à frente para realmente perceber uma mudança em produtos", disse Wozniak ao Terra.

Segundo Wozniak, a Apple de um produto só nos anos 1980 (o Macintosh) agora está diversificada e mais forte. "Se um produto sofre, nós podemos nos recuperar com base na renda e nos lucros de outros setores. Nós temos computadores, laptops, iTunes, iPods, varejo, lojas online, iPhones, iPads... além disso, temos uma forte cultura de inovação que é bem compreendida não apenas pelos que estão no controle, mas pelos nossos consumidores", escreveu em um fórum do site Slashdot nessa segunda-feira.

Na opinião do engenheiro de 62 anos, a Apple tem que ficar atenta para um período pré-iMac, quando a empresa requentava produtos para seus mercados em vez de "surpreender as pessoas com novas categorias de produtos". "Para mim, se azedar agora, já poderia ter azedado com Jobs. Então, conclusões (sobre a gestão atual) não devem ser tiradas. Isso não é construtivo para a Apple", escreveu.

"E como eu não estou 'dentro' da Apple, eu não faço ideia se os fatores de gerência e motivação mudaram muito", completou Wozniak, na entrevista ao Terra.

Por falar em azedo

Jobs é conhecido como alguém que podia ser insensível, sarcástico e até cruel com seus empregados. O próprio Wozniak sentiu esse lado. Na década de 1980, Wozniak deixou a Apple para fundar uma empresa própria cujo produto era um controle remoto universal que ele tinha inventado. Uma agência contratada pela Apple tinha feito os desenhos do equipamento. Jobs fez com que o design não pudesse ser usado, e exigiu que os desenhos fossem destruídos.

Águas mais do que passadas, segundo o cofundador da Apple, que diz que nunca teve um conflito ou briga séria com Jobs.

"Steve e eu não éramos mais próximos, mantendo contato regular, por um bom tempo. Pessoalmente, nossos sentimentos um pelo outro sempre foram próximos e respeitosos. Steve era um grande líder com o poder de transformar a vida. Eu era um grande engenheiro que tomou bem cedo a decisão de não ficar no caminho dele, ou de qualquer outra pessoa, mas sim fazer o que eu fazia de melhor", disse ao Terra.

Fonte: Terra
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