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Fabricante do iPhone corta indenizações contra suicídios

10 jun 2010 - 14h47
(atualizado às 16h44)
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Primeiro foi um aumento de salários de 30%. Uma semana depois, outro aumento, desta vez de 66%. Agora a Foxconn, fabricante de eletrônicos de Taiwan que produz, entre outros, aparelhos para a Apple, como o iPhone, anunciou que cortará a indenização às famílias de funcionários que cometam suicídio em sua unidade na China.

Operárias na fábrica chinesa da Foxconn: suicídios abalam imagem da empresa
Operárias na fábrica chinesa da Foxconn: suicídios abalam imagem da empresa
Foto: Gizmodo

De acordo com o site Engadget, o executivo-chefe da Foxconn, Terry Guo, alegou que a indenização - equivalente a dez anos do mal pagos funcionários da companhia, que mesmo após os aumentos ganham o equivalente a menos de R$ 300 por mês - era uma das principais motivações para a onda de suicídios que atingiu este ano a unidade de Shenzhen. Guo usou como argumento a carta de suicídio de um dos funcionários para os pais:

"Agora eu estou saindo da Foxconn, realmente saindo agora, mas vocês não têm que ficar tristes porque a Foxconn irá pagar um monte de dinheiro. Isso é tudo que seu filho pode pagar a vocês agora".

Apenas este ano 12 funcionários da fábrica da Foxconn em Shenzen cometeram suicídio, desencadeando uma série de denúncias sobre as condições de trabalho dos operários, que envolveram também a Apple, pressionada a cobrar uma solução da parceira. Gou disse que a cobertura da imprensa estimulou as mortes, afirmando que apenas em maio, depois que a história se tornou um escândalo mundial, ocorreram seis dos suicídios.

Numa reunião de acionistas da empresa, ele anunciou também a intenção de tranferir parte da produção chinesa para Taiwan ou Vietnã para cortar custos, elevados depois dos aumentos de salário. Gou alega que os reajustes deverão afetar os lucros da Foxconn este ano.

Fonte: Redação Terra
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