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A nuvem da internet, uma revolução virtual com desafios

23 set 2010 - 06h03
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As empresas de tecnologia se preparam para a grande revolução na internet da chamada computação na nuvem, um fenômeno que soa etéreo e inócuo, mas que ajuda perigos reais associados ao secretismo dos centros de dados.

A popularização dos dispositivos portáteis como celulares e leitores digitais, cada vez menores, potentes e acessíveis, e a universalização da internet favoreceu o florescimento de serviços informáticos acessíveis pela rede sem necessidade de instalar um software específico ou de armazenar a informação em um disco rígido.

Esse ciberespaço, conhecido como nuvem, não é novo e tem como porta-bandeira o e-mail, mas seu potencial excede amplamente à mera revisão de correspondência virtual.

Atualmente já existe inúmeros software on-line criados por empresas de renome como Microsoft, Oracle e Google, mas o boom das redes sociais e aplicativos, cada vez mais integrados na vida cotidiana, desenha um futuro promissor a essa nova dimensão.

"Todos os aparelhos se conectarão à nuvem, cada um para um uso específico", explicou Jamin Spitzer, diretor de Estratégia na Nuvem da Microsoft em um recente encontro com jornalistas latino-americanos.

"Uma geladeira poderá interagir com seu proprietário através de uma base de dados e avisá-lo por telefone para que compre mais leite porque o que tem ficou azedo", exemplificou Spitzer.

Uma das grandes vantagens de operar na nuvem é que o usuário pode se esquecer totalmente de manutenção, atualizações e segurança associada aos programas. Ele ganha ubiquidade, onipresença seus arquivos viajam com ele aonde quer que vá.

Em troca, o internauta deve confiar que sua informação privada, hospedada em algum lugar que ignora, ficará protegida com extrema cautela por uma companhia que desconhece.

"Os dados não têm fronteiras", destacou Spitzer, para quem as leis relativas ao armazenamento de informações têm de ser acompanhadas pelo desenvolvimento tecnológico.

Os Estados, no entanto, veem com preocupação como a nuvem se torna maior e vai absorvendo conteúdos mais ou menos confidenciais que ficam depositados em centrais de dados, muitas delas de titularidade privada e cujas atividades carecem de transparência para proteger a privacidade dos clientes.

O problema é que, embora a internet não enxergue soberanias, Governos como o dos Estados Unidos, onde está grande parte desses espaços de alojamento de informações e computação à distância, contam com leis que, em nome da segurança nacional, autorizam a intervir em qualquer computador situado em seu território.

Para atender a esse atrativo e, presumivelmente, lucrativo negócio que derivará dessas tecnologias on-line, as grandes empresas iniciaram vários projetos de construção de novos centrais de dados.

Apple, Facebook e Yahoo! são algumas das companhias que estão investindo centenas de milhões de dólares para ampliar a capacidade de processar dados na nuvem, um terreno no qual Microsoft e Google estão na dianteira.

Também não fica para trás a Administração dos EUA, que por meio da Agência de Segurança Nacional (NSA, em inglês) deu sinal verde em julho de 2009 a um projeto de centro de dados avaliado em US$ 2 bilhões.

Na Europa, destacam-se dois projetos de uma multinacional energética e uma construtora com orçamento que supera em conjunto US$ 3 bilhões para iniciar grandes centrais de dados na Escócia.

Além do custo econômico dessas grandes superfícies informáticas, motores de internet, é preciso somar o custo energético.

Em 2010, 3% da energia consumida nos EUA corresponderá a centros de dados. Prevê-se que a porcentagem dobre em cinco anos, indicou Rico Malvar, cientista-chefe da Microsoft Research.

EFE   
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