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Guerra entre empresas chinesas afeta milhões de internautas

4 nov 2010 - 05h40
(atualizado às 09h08)
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Duas das principais empresas de software chinesas, a Tencent e a Qihoo, travam uma guerra comercial que inclui acusações pessoais e ataques a seus programas mais famosos - o QQ e o 360 Safe, respectivamente - e que afeta centenas de milhões de internautas chineses, relatou a imprensa oficial chinesa nesta quinta-feira.

Versão chinesa do Messenger não será oferecido aos computadores que tenham instalado o antivírus da concorrente
Versão chinesa do Messenger não será oferecido aos computadores que tenham instalado o antivírus da concorrente
Foto: Reprodução

A guerra teve início no final de setembro, mas nesta quinta a Tencent anunciou que irá deixar de oferecer seu serviço de chat - o QQ, uma versão chinesa do Messenger usada por boa parte dos 420 milhões de internautas chineses - aos computadores que tenham instalado o antivírus 360 Safe, projetado pela Qihoo, cujos programas são usados por 300 milhões de usuários.

Segundo rankings internacionais, o serviço de chat QQ é a nona ferramenta virtual mais usada do mundo, à frente até mesmo do Twitter. A medida da Tencent será informada nesta quinta-feira com mensagens pop up a milhões de internautas de toda a China, assinalando que a "dura decisão" será tomada "porque, com o 360 Safe instalado, não podemos garantir a segurança do nosso serviço".

Um porta-voz da Tencent citado pela agência oficial Xinhua assegurou que a drástica medida continuará enquanto a Qihoo não interromper suas "calúnias maliciosas" contra a companhia. O presidente da Qihoo, Qi Xiangdong, assegurou que a medida "é desastrosa para os internautas chineses, pois se desinstalarem o 360 Safe sofrerão um ataque de vírus sem precedentes". "Nosso 360 Safe elimina uns 60 milhões de Cavalos de Tróia diariamente, e será um ataque de vírus inimaginável se os internautas forem obrigados a desinstalarem o software", afirmou.

A dura batalha entre as duas gigantes teve início em setembro, quando a QQ lançou um serviço de antivírus instalado por milhões de internautas, o que reduziu o mercado potencial da Qihoo. Em resposta a isso, a Qihoo lançou uma nova versão de seu antivírus que atacava o QQ da Tencent, classificando algumas de suas atividades nos computadores chineses como maliciosas (roubo de dados confidenciais, por exemplo).

A Tencent levou o conflito para fora dos computadores, acusando a Qihoo de estar envolvida com sites pornográficos (proibidos na China). A escalada das tensões continuou com ataques pessoais da Qihoo ao dono da Tencent, o bilionário Ma Huateng, acusando-o de corrupção. O governo chinês está preocupado com a guerra comercial e por isso o Ministério de Indústria e Tecnologia da Informação e o Ministério de Segurança Pública propuseram mediar a disputa.

EFE   
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