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Últimos blocos do IPv4 começam a ser distribuídos hoje

1 fev 2011 - 17h02
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Este dia 1º de fevereiro de 2011 marca um evento histórico da internet: o último lote de endereços IPv4 começou a ser distribuído, com dois blocos entregues à APNIC, entidade que administra os endereços IP no sudeste asiático e Oceania.

Na internet, cada computador, telefone celular ou tablet precisa de um número que o identifica. Quando se acessa um site, ou se manda uma mensagem de e-mail, tais números são imprescindíveis para que se visite o local correto na internet. Esse número é chamado de IP ou endereço IP. Ocorre que o atual esquema de endereçamento na internet, a versão 4 do padrão IP (identificado pela sigla IPv4) já está esgotando a quantidade de números disponíveis. O número total de endereços IPv4 é de 4 bilhões. Parece muito, mas realmente já está quase tudo ocupado.

Esses 4 bilhões de endereços são divididos em lotes, que por sua vez são divididos em blocos. Dois desses blocos, chamados pelos técnicos de 39/8 e 106/8, fazem parte do derradeiro lote e já foram reservados à APNIC, que deve testar e começar a distribuir os IPs desta faixa nas próximas semanas. A alocação desencadeará a fase de exaustão (http://j.mp/hSggRP) do IPv4 prevista pelo ICANN, entidade que administra IPs e domínios de toda a internet.

Na fase de exaustão, os blocos restantes são automaticamente repartidos, mesmo que ninguém peça, entre os RIRs (Regional Internet Registries), que são as cinco entidades regionais que administram os endereços pelo mundo ¿ AfriNIC (África), ARIN (EUA, Canadá e parte do Caribe), LACNIC (América Latina e o restante do Caribe) e RIPE NCC (Europa, Oriente Médio e Ásia Central), além da APNIC. Estas entidades distribuem os endereços às entidades nacionais de registro de endereços (como o NIC.br, no Brasil) e estas, por sua vez, a provedores, servidores e outros sistemas autônomos (como por exemplo a Telefônica, a Embratel ou a GVT, no Brasil) segundo suas próprias políticas.

Com a execução da fase de exaustão, ninguém vai ficar sem endereços para distribuir nos próximos meses. A fase foi pensada para impedir que uma região com crescimento acelerado (como é o caso da Ásia) "comesse" todos os endereços e deixasse as outras regiões em apuros.

Com o fim dos blocos IPv4 disponíveis, os RIRs terão de "se virar" para administrar somente os endereços já existentes, o que se tornará um problema com o aumento do número de usuários e serviços que pedem novos endereços. Os primeiros a sentirem o efeito da escassez de endereços devem ser os usuários da Ásia, onde o número de internautas e serviços relacionados à Web cresce rapidamente, numa verdadeira explosão.

A APNIC prevê que as alocações de endereços na região enfrentarão problemas entre três a seis meses, quando um plano de contingência deve ser posto em prática. A única solução definitiva é a migração para o IPv6, novo sistema que permite uma infinidade de novos endereços, mas que tem tido adoção lenta por provedores de acesso e outros fornecedores de serviço.

Para entender melhor o que IPv4 e IPv6 significam, clique aqui.

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