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Gigante da informática IBM completa 100 anos

15 jun 2011 - 17h04
(atualizado às 18h00)
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A gigante americana da informática IBM, responsável por várias das revoluções tecnológicas experimentadas pelo mundo, comemora nesta quinta-feira 100 anos de existência com a mesma vitalidade, apesar de já não exercer o mesmo domínio de seus tempos de esplendor.

Responsável por várias das revoluções tecnológicas experimentadas pelo mundo, IBM tem cinco Prêmio Nobel de Física entre seus funcionários
Responsável por várias das revoluções tecnológicas experimentadas pelo mundo, IBM tem cinco Prêmio Nobel de Física entre seus funcionários
Foto: AFP

Com quase US$ 200 bilhões de valor de mercado, a IBM está muito atrás da Apple, mas se mantém ainda assim no firmamento tecnológico, junto com a Microsoft. Essa longevidade deve-se a "seu talento para colocar ao alcance dos usuários o que necessitam e querem em matéria de processamento da informação", indica o especialista Thomas Misa, professor de história das tecnologias na Universidade de Minnesota.

"É o que fizeram nos anos 1930 com suas máquinas com cartões perfurados e fizeram o mesmo, basicamente, com a mudança depois de 1993 dos serviços de informática", afirma. Apesar de ter "ancestrais" que remontam do século XIX, a IBM nasceu oficialmente em 1911 a partir da fusão de três empresas especializadas em relojoaria, balanças e ferramentas de ajuda ao cálculo utilizadas pelos organizadores do censo americano.

Três anos mais tarde, esta empresa batizada de CTR contratou como diretor-geral Thomas Watson, que permaneceu no cargo até 1956, quando cedeu o posto a seu filho. Até 1971, Thomas Watson pai e filho moldaram a cultura do que a partir de 1924 chamou-se International Business Machine, IBM. O grupo foi objeto de piadas durante muito tempo pelo conformismo de seus funcionários, mas isso não lhe impediu de estar na vanguarda da inovação, ao ponto de reivindicar o maior número de patentes americanas nas mãos de uma só empresa. Além disso, entre seus funcionários, há cinco Prêmio Nobel de Física.

A IBM desenvolveu-se graças a seu gosto pelas "grandes apostas", analisa Dag Spicer, conservador do Museu de História dos Computadores (Computer History Museum) em Mountain View, na Califórnia, oeste dos EUA. "Durante a Grande Depressão, Tom Watson continuou fabricando máquinas inclusive sem ter mercado", explica Spicer.

Então, quando em 1935 o presidente Franklin Roosevelt criou o órgão de administração das aposentadorias, "a IBM era a única empresa que tinha o equipamento preparado" para tratar dos milhões de expedientes surgidos da noite para o dia, o que lhe garantiu um domínio sem igual no setor dos cartões perfurados, diz.

Depois, em 1964, "Tom Watson Jr. apostou US$ 5 bilhões, ou seja, quase a totalidade da companhia, em um novo sistema, o 360, (novo modelo de computador central), que tornava obsoletos todos os outros produtos da IBM", assegurando assim a compatibilidade dos programas em toda uma família de computadores. "O sistema 360 foi o maior êxito de todos os tempos em computadores centrais e gravou as letras azuis da IBM no imaginário popular", destaca Spicer.

Por outro lado, a IBM chegou tarde ao mercado dos computadores pessoais nos anos 1980, atrás da Apple, e "ficou à beira da morte". A boa saúde retornou a partir da reorganização em torno das empresas que formam o coração da IBM, um processo iniciado em em 1993. O grupo obteve faturamento de US$ 29 bilhões de dólares em 2010, um recorde, atuando em grandes computadores centrais, centros de armazenamento e serviços.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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