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fisl12: web não é necessariamente democrática, diz consultor

1 jul 2011 - 16h06
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Pedro Faustini
Direto de Porto Alegre

Em países democráticos, a internet tende a ser democrática. Em países totalitários, ela tender a ser totalitária. Foi o que afirmou o consultor em segurança Alberto Azevedo nesta sexta-feira, durante o 12º Fórum Internacional de Software Livre (fisl12), em Porto Alegre, na palestra Hashtags sozinhas não derrubam governos. Segundo ele, "a internet não é necessariamente democrática".

Para o consultor em segurança Alberto Azevedo, a internet não é necessariamente democrática
Para o consultor em segurança Alberto Azevedo, a internet não é necessariamente democrática
Foto: Camila Cunha/indicefoto.com / Divulgação

Azevedo afirmou ainda que manifestações por redes sociais, como o Twitter, não derrubam governos por si só. Segundo ele, para para fazer uma revolução, é preciso três coisas: disciplina, lideranças e comprometimento. "Quando você está sendo calado, todo mundo está percebendo. O governo do Egito percebeu muito tarde que, ao censurar as pessoas e desligar a internet, cavou a própria sepultura, porque sem internet as pessoas foram para a rua", disse.

Ele citou como exemplo a revolução vivenciada no Egito no início do ano, que culminou com a queda do governo de Hosni Mubarack. "A internet foi criada para que nunca acontecesse o que aconteceu no Egito. A internet é descentralizada, mas em certos pontos está ainda sob o comando de poucas pessoas", afirmou. No caso do país do norte da África, segundo ele, as dificuldades enfrentadas pela população em acessar a rede aconteceram porque "três ou quatro provedores" tinham mais de 90% dos acessos e o governo mandou desligar.

Sobre o Brasil, Azevedo disse que o País é o campeão de requisição sobre dados de usuários ao Google. "Só no ano passado, foram mais de 1,8 mil requisições de dados", disse, seja por parte do governo ou de civis. "Existem diferenças governamentais de civis. Normalmente eles atendem quando você prova a ofensa, ou quando tem ordem judicial. Mas com o governo não tem o que fazer, se não derem, perdem a anuidade de atuar naquele país e mais um mercado vai embora", disse. Por isso, Azevedo afirmou os internautas devem estar atentos sobre o que postam em redes sociais.

Outro item destacado pelo palestrante é que, "via de regra, um governo só cai quando a economia vai mal. Na hora que a economa começa a balançar, as pessoas começam a questionar", disse. "Infelizmente, nós não temos no Brasil uma cultura política", lamentou, e afirmou que faltam disciplinas no curículo escolar que debatam o tema.

Fonte: Terra
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