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Descubra como o frio afeta os computadores domésticos

5 jul 2011 - 09h03
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Fabio Jordão

Usuários que moram em lugares onde o clima é muito quente sempre se preocupam com o superaquecimento do computador. E não é para menos, com CPUs cada vez mais potentes e sistemas de refrigeração que trabalham com folga mínima, fica muito difícil manter a máquina funcionando no verão.

Frio excessivo também pode causar danos a alguns componentes dos PCs
Frio excessivo também pode causar danos a alguns componentes dos PCs
Foto: Wikimedia Commons / Divulgação

As altas temperaturas também estragam a brincadeira dos usuários que fazem overclock no processador. E mais: muitas vezes, o calor excessivo não apenas desliga o computador, como também causa danos aos componentes de hardware. Os problemas com o calor excessivo estão diretamente ligados às limitações dos componentes eletrônicos, os quais possuem valores máximos de temperatura.

Pensando em todos esses problemas de alta temperatura, surgiu uma nova dúvida. Será que o frio demasiado pode danificar ou diminuir o desempenho do computador? Essa é uma dúvida não muito comum, mas que pode fazer certo sentido.

Seu processador agradece
Para obter respostas plausíveis para nossa pergunta, é preciso analisar os principais componentes do computador separadamente. O item mais importante, claro, é o processador. As CPUs, em geral, são programadas para trabalhar com temperaturas próximas a 30ºC ou 40ºC.

Todavia, a regra geral é bem conhecida: em um processador, quanto menor a temperatura, melhor o desempenho. As diversas experiências que os entusiastas fazem ao brincar com nitrogênio líquido comprovam claramente isso. É possível manter uma CPU funcionando a mais de 6 GHz com uma temperatura de -100ºC.

Em situações comuns, seria impossível atingir tal temperatura, porém, o inverno de alguns países obriga os processadores a trabalharem próximo de 0ºC ou abaixo disso. Para nós, brasileiros, é bem difícil conseguir atingir temperaturas tão baixas, pois as temperaturas mais baixas do Brasil alcançam apenas -10ºC (o que não é suficiente para esfriar tanto uma CPU).

E mesmo que houvesse muitos locais no país com temperaturas tão baixas, isso não seria um problema, porque ainda há a troca de calor entre o ambiente e os componentes do computador. Com isso, as temperaturas negativas não conseguiriam fazer os 30ºC ou 40ºC do processador chegarem a valores tão baixos.

Placa-mãe sem medo de frio
Enquanto o processador tende a funcionar tranquilamente com temperaturas bem inferiores a 0ºC, a placa-mãe pode não ter a mesma felicidade. Em teoria, é interessante que o chipset e demais circuitos integrados estejam devidamente refrigerados, entretanto, alguns componentes eletrônicos podem não atuar como o esperado no frio.

As placas-mães mais modernas tendem a não apresentar problemas do gênero - o que é uma notícia excelente para quem mora em regiões muito frias. Apesar disso, não é recomendado que seja instalada uma solução de refrigeração à base de nitrogênio líquido. Afinal, nem é preciso exagerar tanto no resfriamento da placa-mãe, porque ela não superaquece como outros componentes.

Uma memória RAM bem gelada, por favor!
Assim como o processador, a memória RAM pode ter sua frequência aumentada. Para esses casos, entusiastas apelam para refrigerações especiais, conseguindo deixar a temperatura dos módulos bem abaixo de 0ºC.

Caso você não se encaixe nesse quadro, mas more em uma cidade em que o frio impere, não precisa se preocupar quanto a possíveis danos à memória RAM. Esses dispositivos suportam temperaturas bem baixas e funcionam com grande velocidade (apresentando desempenho excelente) quando trabalham em condições "frias".

O disco rígido corre perigo
Entre tantos componentes, o que mais apresenta problemas é o HD. Os discos rígidos já possuem limitações por utilizarem partes mecânicas. E quando adicionamos a problemática das baixas temperaturas, as chances de falha dos discos aumentam significativamente.

O desempenho de um disco rígido já cai consideravelmente quando a temperatura dele está próxima de 10ºC. Algumas falhas de leitura e escrita podem acontecer, mas até esse ponto o HD não deve falhar ao executar o sistema operacional.

Entretanto, caso a temperatura caia abaixo de 0ºC, aí sim podemos esperar dados corrompidos, problemas nos setores e muitos outros defeitos. Apesar disso já ser fato comprovado, as fabricantes não revelam quais componentes internos dos HDs limitam o trabalho com baixas temperaturas.

A maioria dos discos rígidos é programada para trabalhar com temperaturas entre 0ºC e 60ºC. Portanto, se você deseja manter a saúde do HD em ordem, recomendamos a utilização de um programa de diagnóstico para verificar se o dispositivo não está próximo de uma das temperaturas limites.

Outros eletrônicos entrando numa fria
Se você pensa que somente computadores estão sujeitos aos problemas das baixas temperaturas, está muito enganado. Muitos smartphones, tablets, câmeras digitais e até iPods não devem ser operados em ambientes com temperatura abaixo de 0ºC.

No começo do ano, alguns clientes finlandeses enfrentaram problemas com iPhones, justamente por utilizarem os smartphones em locais em que a temperatura chega abaixo do indicado pela Apple. O iPhone 4 (assim como o iPad 2) deve ser utilizado em ambientes com temperaturas que variem entre 0ºC e 35ºC.

Nesse caso, especificamente, os consumidores recorreram à Agência dos Consumidores da Finlândia, que entrou em contato com a Apple para resolver o problema. Os clientes que tiveram prejuízos e não foram alertados sobre as condições de temperatura puderam obter o dinheiro de volta.

Acontece que nem sempre é assim. Há diversos relatos espalhados pela web sobre pessoas que tiveram seus iPods danificados com as baixas temperaturas. Vale lembrar ainda que o iPod Classic é o que mais corre perigo, justamente por contar com um disco rígido interno.

Fonte: TecMundo
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