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Vovós usam internet para combater solidão no Japão

24 ago 2011 - 11h56
(atualizado às 13h19)
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Há 15 anos, uma sensação de isolamento cada vez maior causada pelo envelhecimento levou Kayoko Okawa, então com 66 anos, a procurar um centro local de voluntários e perguntar timidamente se alguém da idade dela poderia criar uma comunidade online para idosos. Hoje, a enérgica Okawa é presidente do "Grupo das Avós do Computador", e diz que usar a internet pode aliviar a solidão. Em um momento em que cresce o número de idosos que vivem sozinhos no Japão, a web também pode evitar uma morte solitária - que muitas vezes passa despercebida por longos dias.

Idosos aprendem a usar o computador e a internet para espantar a solidão
Idosos aprendem a usar o computador e a internet para espantar a solidão
Foto: Getty Images

Quando teve a ideia, Okawa foi rejeitada por muitos grupos, com comentários do tipo "não há como uma vovó como você fazer uma coisa assim". Mas as perguntas hesitantes da japonesa terminaram por ser respondidas com entusiasmo o amistoso e os conselhos por dois jovens, que imediatamente se ofereceram para ajudar a montar a rede e imprimir cartões de visita para a fundadora.

Defendendo um maior uso da tecnologia da informação pelos idosos, as "Vovós da Computação", grupo que hoje congrega mais de 250 japoneses - incluindo homens, apesar do nomes. Eles promovem duas aulas mensais para ensinar os idosos a usar a internet, e também operam uma lista de discussões que se tornou uma movimentada comunidade online.

"Suponho que a expansão aconteceu porque todo mundo se sentia solitário. É um momento da vida em que todos, homens e mulheres, se sentem um pouco sozinhos", disse Okawa. "A verdade é que todo mundo independente da idade se sente um pouco sozinho", continua.

Quando Okawa começou sua jornada, os computadores pessoais ainda eram bem caros, com preços de mais de 600 mil ienes (7,8 mil dólares em dinheiro atual), bem além do alcance dos aposentados. Ela e um grupo de voluntários solicitaram doações de computadores usados a empresas, e conseguiram o que precisavam em uma visita à subsidiária japonesa da Microsoft. "Entrar no depósito deles foi como entrar em uma caverna do tesouro", relembra Okawa.

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