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Guerra dos tablets domina a IFA 2011 em Berlim

31 ago 2011 - 14h28
(atualizado às 17h53)
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O salão eletrônico IFA de Berlim, aberto para a imprensa nesta quarta-feira, será palco de uma batalha entre fabricantes de tablets, que esperam abocanhar parte do mercado já dominado pelo iPad da Apple.

Imagem mostra estande da Panasonic na prévia desta quarta-feira, dia 31 de agosto, da IFA
Imagem mostra estande da Panasonic na prévia desta quarta-feira, dia 31 de agosto, da IFA
Foto: AFP

Os temores de uma recessão não chegaram até a capital alemã onde os organizadores participaram de uma coletiva de imprensa e anunciaram o aumento de 4% no tamanho da exposição e de 1% no número de expositores, que chegam a 1.441. No ano passado o IFA atraiu 235 mil visitantes. Este ano o evento que começa nesta quarta irá até o dia 7 de setembro.

Mais uma vez a sombra da Apple paira sobre este evento em crescimento, muitas vezes descrito como a réplica europeia do grande salão Consumer Electronics Show de Las Vegas. A Apple, que por princípio não gosta de eventos em casas de shows para lançar seus produtos, estará presente com todo o espírito.

Segundo o especialista Jeff Orr, da empresa ABI Research, os tablets equipados com o sistema operacional concorrente da Apple, o Android do gigante americano Google, já conseguiram 20% do mercado, mas "nenhum concorrente representa alguma ameaça séria".

Uma opinião não completamente partilhada por Sascha Pallenberg, do site especializado Nerbooknews. "O iPad tem anos de avanço em termos de conteúdo com os seus múltiplos Apps e sua loja de música iTunes. A Apple deve continuar como referência em termos de design mesmo com a saída de Steve Jobs, que deixou alguns milhões de fãs órfãos", afirmou. "Mas o quadro mudou nos últimos meses, sobretudo na Ásia, onde o iPad está longe de dominar", explicou à AFP e lembrou dos modelos chineses que são vendidos por apenas 70 euros.

Pallenberg acredita que até o fim de 2012, o número de tablets equipados com o Andróide vai ultrapassar o iPad em vendas. Um avanço muito lento para alguns grandes nomes como a Hewlett Packard, que decidiu parar sua produção.

Os fabricantes asiáticos agarram a oportunidade: a japonesa Sony pode anunciar hoje uma data para a comercialização de seus dois tablets na Europa. Outro evento importante acontecerá na quinta-feira, a apresentação da Samsung que foi acusada pela Apple de cópia ilegal e de venda proibida na Alemanha.

Segundo o fabricante, a proibição não deverá mudar nada previsto para o IFA. A imprensa e os sites especializados especulam que a Samsung lançará um tablet de pequeno formato. Novidades são esperadas também por parte da Toshiba e da HTC.

Os representantes do setor "low cost" do mercado de tablets, como a francesa Archos, anunciaram produtos a partir de 200 euros, contra os 500 euros iniciais do iPad. O mercado de tablets de "preço baixo" pode também ver a chegada de um peso pesado, o Medion, principal fabricante eletrônico alemão. Pallenberg espera descobrir em Berlim um tablet em pequeno formato (7 polegadas contra as 10 do iPad).

Além dos tablets, smartphones, telas 3D e outros produtos serão expostos. O ponto forte do IFA será uma videoconferência com o fundador do Wikileaks Julian Assage no dia 6 de setembro. O site foi acusado por Washington de colocar vidas em perigo após publicar milhões de notas diplomáticas com nomes de fontes.

Empresas mostram novidades
Os diretores de Panasonic reforçaram a importância da energia "verde", mas, sobretudo do "espírito olímpico" da companhia, que vai oferecer a tecnologia necessária para que as Olimpíadas de Londres de 2012 sejam as primeiras a transmitir as competições em três dimensões.

As previsões do setor apontam que as vendas de televisões em 3D em 2011 aumentaram 690% em termos anualizados, frente ao avanço de 258% dos tablets, e de 72% dos smartphones A organização calcula que em 2011 a feira ultrapassará os dados históricos alcançados no ano anterior em termos de número de expositores, superfície contratada, visitantes e imprensa credenciada.

Concretamente, o número de expositores aumentou 1%, até os 1.441, com relação ao ano anterior e 4% na área contratada para exposição, até os 140 mil metros quadrados. Segundo estimativas da organização, esta mostra comercial alemã gerará novos pedidos no valor de 3,5 bilhões de euros. Tal volume de negócio se deve ao período da feira, chamada de "momento ideal", segundo Koslowski, para que as multinacionais entrem em contato com os distribuidores e definam suas campanhas para o Natal.

Por outro lado, a organização ressaltou o impacto econômico previsto pela IFA para o setor mundial de eletrônicos de consumo, após um morno primeiro semestre. Em paralelo, no panorama empresarial, as dúvidas se situam em torno dos fabricantes de celulares que incorporam seu sistema operacional Android, da Google e do suposto anúncio sobre a divisão de celulares da Motorola.

De qualquer maneira, as companhias estão otimistas com sua participação na feira de Berlim, com o objetivo de provar sua força perante a crise econômica mundial e o terremoto do Japão, onde muitas multinacionais tecnológicas têm sede.

Os responsáveis da Panasonic e Sony, ambas japonesas, fizeram referências à catástrofe e à incerteza econômica e política que reina no país. "A produção voltou a níveis normais", explicou o CEO da Panasonic na Europa, Laurent Abadie, que reconheceu que o terremoto teve "um impacto notável".

Com informações de agências internacionais

Fonte: Terra
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