Apple é convocada para audiência sobre aplicativo "judeu"
23 set2011 - 13h50
(atualizado às 14h24)
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A associação anti-racismo Licra anunciou nesta sexta-feira ter convocado a Apple a comparecer ao Tribunal de Paris no dia 6 de outubro com o objetivo de fazer a empresa americana impedir o acesso ao aplicativo controverso "Judeu ou não Judeu?" na França.
Em um comunicado, a Liga Internacional contra o Racismo e o Anti-semitismo (Licra) lembrou que "após a comoção provocada" pela comercialização deste aplicativo, a "Apple resolveu cancelar a venda". Porém, a associação constatou que o aplicativo continua acessível para os usuários que já tinham baixado.
Através da ação judiciária, o Licra espera forçar a empresa americana "a pôr fim à manifestação ilegal gerada pelo aplicativo judeu". A audiência será realizada no dia 6 de outubro às 11h no horário local (6h de Brasília) no Tribunal de Última Instância de Paris.
Vendido por 79 centavos de euro ao mês, o aplicativo "judeu ou não judeu?" oferecia aos seus utilizadores uma lista de 3,5 mil personalidades de origem ou religião judaica. A Apple anunciou na semana passada que retirou o aplicativo da França por ser "contra a legislação local". A decisão que foi bem acolhida pelas associações anti-racistas.
Depois de receber um abaixo-assinado com mais de 146 mil assinaturas virtuais, a Apple decidiu remover o aplicativo Exodus Intenational, que falava em "curar" os homosexuais. O programa incluía vídeos, podcasts, notícias e blog que carregavam a mensagem "provendo apoio para indivíduos que querem se recuperar do homesexualismo", segundo a descrição
Foto: Reprodução
O aplicativo "Judeu ou não judeu?", que classificava personalidades em função de serem ou não judias gerou uma avalanche de críticas na França acabou sendo retirado da App Store no país. O motivo foi a violação do Código Penal francês, que proíbe criar ou manter listagens na internet que classifiquem as pessoas em função de sua opção religiosa. O programa segue disponível nos demais países
Foto: AP
No final do ano passado, durante a polêmica do vazamento de telegramas confidenciais das embaixadas americanas, a Apple também se envolveu no boicote ao WikiLeaks. O aplicativo do grupo para Iphone foi retirado da App Store por não cumprir leis locais e colocar indivíduos em perigo, segundo a companhia
Foto: Reprodução
Após dois meses na App Store, a Apple retirou o aplicativo Manhattan Declaration. Segundo a empresa, o app violou os termos por ser ofensiva para vários grupos de pessoas. O software convidava o usuário a se somar às campanhas contra a homossexualidade e o aborto como uma suposta enquete. Depois de responder o questionário, descobria-se que não era uma pesquisa, mas uma prova, com um resultado em que o correto era responder de acordo com crenças de grupos tradicionais cristãos
Foto: Reprodução
O jogo Phone Story foi retirado da loja de aplicativos por demostrar violência ou abuso de menores. O programa era uma crítica à própria Apple, e consistia em um jogo em que mostrava as diversas faser de desenvolvimento de um gadget. O game representava referências a trabalho escravo e, em uma das fases, o jogador tinha que salvar trabalhadores que se atiravam de telhados. A Foxconn, fabricante do iPhone na China, enfrentou polêmicas pelo elevado número de suicídio de seus funcionários
Foto: Reprodução
O aplicativo ThirdIntifada foi retirado da App Store a pedido do governo de Israel, que afirmou que o software incitava à violência. O programa, cujo nome significa "Terceira Intifada" - palavra que se refere aos levantes violentos de palestinos contra Israel nas últimas três décadas - tinha sido lançado havia alguns dias. O aplicativo encorajava seus usuários a compartilhar opiniões e organizar protestos contra Israel e foi retirado por ser ofensivo a um grupo de pessoas