Brasil sobe em ranking de TI, mas sofre escassez de talentos
27 set2011 - 04h59
(atualizado às 08h13)
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O Brasil avançou no setor de Tecnologia da Informação (TI), mas poderia ter crescido mais não fossem entraves como burocracia e déficit de especialistas, segundo um ranking realizado pela Economist Intelligence Unit, o braço de pesquisa e análises da revista The Economist. Investimentos em pesquisas e em infraestrutura ajudaram o País a galgar uma posição em relação a 2009, ocupando agora a 39ª colocação do índice, para a organização Business Software Alliance (BSA).
Na lista, que mede principalmente a competitividade no setor, o Brasil está imediatamente atrás da China e muito à frente de outros vizinhos da América Latina, com exceção do Chile, que é o líder regional. "O crescimento da pontuação brasileira na categoria 'pesquisa e desenvolvimento' foi o maior responsável tanto pela evolução na pontuação geral do País, como em sua posição no ranking", disse à BBC Brasil o diretor da BSA no Brasil, Frank Caramuru.
O País ocupa agora o primeiro lugar entre os latino-americanos neste quesito, que tem peso maior na pontuação e avalia investimentos públicos e privados, além do número de patentes e valor recebido por royalties em relação ao número de habitantes. Segundo Caramuru, a nota brasileira saltou de 1,6 na primeira edição do estudo, em 2007, para 21,2 na edição deste ano.
Crise de talentos
Alguns itens da categoria "capital humano" também ajudaram a impulsionar a posição brasileira. O número de formandos nas áreas de ciências e engenharia aumentou, levando o País a ocupar o 8º lugar nessa classificação. No entanto, o Brasil permaneceu estagnado no que diz respeito à qualidade de habilidades tecnológicas, gerando temores sobre a escassez de profissionais de TI qualificados para atender a demanda.
Para Caramuru, já se pode falar em uma crise de talento no mercado brasileiro de Tecnologia da Informação. "A avaliação aponta para a necessidade de um aprimoramento do currículo dos cursos de ciências da computação, bem como de um estímulo a essa opção de carreira entre estudantes", explica. "Hoje, estima-se que existam 90 mil vagas não preenchidas neste setor no Brasil, e uma projeção da FGV avalia que, em 2014, esse déficit pode chegar a 800 mil."
Morosidade
Progressos na "infraestrutura na Tecnologia da Informação" também trouxeram mais avanços que retrocessos para o cenário brasileiro. Entre os aspectos positivos está a ampliação da telefonia celular, cujo índice de penetração já ultrapassa os 100%. Por outro lado, a morosidade na expansão da banda larga no País é citada como aspecto negativo, já que dificulta a absorção de serviços de Tecnologias da Informação. Mas na hora de apontar culpados, o levantamento aponta o dedo principalmente para a burocracia brasileira, que freia a inovação e a implantação de TI no país.
Para Caramuru, a estrutura regulatória do país é um grande entrave. "Restrições para contratar e demitir são um empecilho especial para o setor de tecnologia e inovação, em que o mercado sofre mudanças constantes e no qual a agilidade de gestão é crucial para se manter a competitividade", pondera.
Brics
Barreiras como o déficit de profissionais e as barreiras burocráticas precisam ser vencidas rapidamente pelo Brasil, se o País quiser competir realmente com outros integrantes do Brics. Segundo o estudo, embora a Índia e a China estejam hoje no meio da lista de classificação (34ª e 38ª respectivamente), ambos ganharam terreno no ranking e tudo indica que devem subir mais posições nos próximos anos. "O Brics possui vantagens de mão-de-obra menos custosas em relação a países desenvolvidos", afirma Caramuru.
"China e Índia, em relação ao Brasil, deram saltos maiores no ranking devido à quantidade de alunos matriculados em cursos de ciência e engenharia, bem como uma formação mais sólida em TI", continua, lembrando que ambos os países asiáticos "estão no top 10 global no quesito capital humano".
Futuro
Entre muitos números e opiniões de especialistas da área, o ranking deixa pistas do que pode ser feito para avançar novas posições nos setores de Tecnologia da Informação. Para o diretor da BSA, estimular a opção de estudantes pela área é fundamental. "Na Índia, dois terços dos estudantes universitários estão matriculados em cursos de ciências exatas e engenharia, enquanto no Brasil são apenas 14%", exemplifica.
A análise também mostra que formar estudantes com habilidades ou aptidões em TI é importante, mas já não é suficiente. "Uma grade complementar voltada aos negócios é essencial para esses profissionais prosperarem e contribuírem de forma mais significativa com suas empresas", conclui Caramuru.
Alog - Terceiro data center da companhia foi inaugurado na cidade de Tamboré, no interior de São Paulo
Foto: Divulgação
Locaweb - Data center tem capacidade de hospedar até 25 mil servidores
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Locaweb - Os geradores, que trabalham em paralelo, têm 2,5 MW de capacidade total, para umademanda máxima de 900 kW de processamento e 550 KW de refrigeração
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Locaweb - Refrigerado com expansão direta a gás, o sistema de ar condicionado mantém a temperatura do data center entre 22°C e 24°C
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Locaweb - Fonte de alimentação ininterrupta mantém os equipamentos ligados quando há queda de energia
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Locaweb - Ambiente é ambiente capaz de suportar até 20 MW de energia para processamento
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Locaweb - Espaço tem potência suficiente para comportar 40 racks de 15 kW cada
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Locaweb - Data center tem no-breaks específicos para o sistema de ar condicionado
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Locaweb - No breaks são responsáveis pela manutenção de energia até que os geradores sejam ativados
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Locaweb - Datacenter tem mais de 55 mil m², sendo 35 mil m² de área verde
Foto: Divulgação
Terra - Os serviços do Terra tem três data centers para dar conta do recado: dois no Brasil, Em São Paulo e Porto Alegre, e outro nos Estados Unidos, em Miami. Conheça em fotos as instalações
Foto: Terra
Terra - Nos data centers do Terra em São Paulo é utilizado água gelada para resfriar os equipamentos quando necessário
Foto: Terra
Terra - Servidores de São Paulo têm Banco de baterias: na falta de energia da concessionaria, os servidores são alimentados por estes equipamentos
Foto: Terra
Terra - Os servidores de São Paulo têm 200 m²
Foto: Terra
Terra - O terceiro data center do Terra fica em São Paulo, no prédio da Telefônica
Foto: Terra
Terra - Sala de servidores de Miami tem equipamentos avançados para garantir a tranquilidade do usuário de todos as partes da América Latina e EUA
Foto: Terra
Terra - Em Miami, servidores do Terra e da Telefônica compartilham o mesmo espaço
Foto: Terra
Terra - Servidores de Miami também suportam todos os produtos do Terra
Foto: Terra
Terra - Data centers do Terra Miami tem 2.444 pés, aproximadamente 227 m², sendo o maior dos três
Foto: Terra
Terra - Sistema de armazenamento do Terra Miami ocupa uma parte do prédio da Telefônica
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Terra - Cabos dos servidores de Porto Alegre conectam as máquinas que suportam os serviços do Terra
Foto: Terra
Terra - Além de Porto Alegre, o Terra tem data centers em Miami e em São Paulo
Foto: Terra
Tecla - Segundo Cristian Gallegos, diretor-geral da Tecla Internet, pessoas ainda confundem muito serviços de infraestrutura com Gmail e aplicativos na nuvem
Foto: Tecla Informática / Divulgação
Tecla - Presença de geradores de energia é essencial para o funcionamento de um data center. Servidores não podem se desligar
Foto: Tecla Informática / Divulgação
Tecla - Data centers ficam no Rio de Janeiro e em São Paulo. Na foto, data center de São Paulo
Foto: Tecla Informática / Divulgação
Tecla - Data centers da Tecla Internet atendem a 500 clientes com mais de mil servidores em todo o Brasil
Foto: Tecla Informática / Divulgação
Tecla - Segundo Cristian Gallegos, diretor-geral da Tecla Internet, pessoas ainda confundem muito serviços de infraestrutura (como armazenamento de dados e hospedagem) com Gmail e aplicativos na nuvem
Foto: Tecla Internet / Divulgação
Tecla - Presença de geradores de energia é essencial para o funcionamento de um data center. Servidores não podem se desligar
Foto: Tecla Internet / Divulgação
Tecla - Data centers ficam no Rio de Janeiro e em São Paulo. Na foto, data center de São Paulo
Foto: Tecla Internet / Divulgação
Tecla - Data centers da Tecla Internet atendem a 500 clientes com mais de mil servidores em todo o Brasil
Foto: Tecla Internet / Divulgação
Microsoft - Informações sobre operações dos data centers da gigante são sigilosas. Segundo o site Data Center Knowledge, o complexo custou US$ 500 milhões.
Facebook - Servidores da rede social ficam em Prineville, no Oregon.
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Facebook - Os servidores do Facebook sustentam a maior rede social do mundo, com cerca de 600 milhões de usuários.
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Facebook - Servidores foram lançados em abril deste ano, em um projeto chamado de Open Compute.
Foto: Divulgação
Facebook - Data center utiliza novas formas de ligação elétrica, novo sistema de resfriamento em fio e por evaporação e nova reorganização do design de dados.
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Facebook - Segundo o Facebook, os servidores da empresa tem um ganho de 38% em eficiência com corte de custos da casa de 24%.
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Facebook - Os servidores também são 50% mais altos, liberando mais espaço para dissipação do calor.
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Facebook - No prédio, não existe uma central de fornecimento de energia para as estantes de servidores. Existem pontos localizados de energia elétrica, o que aumenta a eficiência do sistema.
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Facebook O prédio de Prineville é o local de uma das centrais de dados com os servidores do Facebook nos EUA.
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Banhof - Servidores do WikiLeaks estão hospedados dentro de um bunker nuclear em Estocolmo, na Suécia.
Foto: AFP
Banhof - Ao passar pela porta principal, é necessária a permissão de entrada de portas altamente seguras a partir de senhas ultrassecretas.
Foto: AFP
Banhof - Servidores do WikiLeaks ficam dentro da Instalação Banhof, que lembra bastante um cenário de filme de ficção científica.
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Banhof - Abrigo nuclear foi comprado em 2007 para se transformar em um data center.
Foto: AFP
Banhof - Dentro da caverna, existem 8 mil servidores, sendo dois do WikiLeaks.
Foto: AFP
Banhof - Banhof foi construída em meados dos anos 1940 em um bairro elegante da capital sueca como abrigo nuclear durante a Guerra Fria.
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Banhof - Na época, o abrigo foi batizado informalmente de "pionen" (peônia).
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Banhof - Quando o proprietário tomou posse do local, mais de 4 mil m³ de rocha precisaram ser dinamitados para que a caverna suportasse o número de servidores existentes hoje.
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Banhof - Servidores estã localizados a 30 metros abaixo do nível do solo.
Foto: AFP
Banhof - Porta de metal com 50 cm de espessura separa o mundo externo dos computadores da empresa.
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Banhof - Simulação de dia e vegetais folhosos criam um ambiente agradável de trabalho.
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Banhof - Discreto, do lado de fora só é possível ver uma pequena porta em uma montanha coberta por muita neve.
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QTS - Data Center da Quality Technology Services é o terceiro maior do mundo e fica em Atlanta, nos Estados Unidos.
Foto: Divulgação
QTS - Para manter a segurança dos dados do data center, todas as entradas exigem cartão de segurança, e o andar dos servidores requer identificação biométrica.
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QTS - Servidores ocupam uma área de mais de 90 km².
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QTS - Temperatura do ar, umidade e detectores de incêndio são mantidos por um sistema de controle automatizado.
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Yahoo - Data center Lockport NY, do Yahoo, é construído com tecnologia verde e tem mais de 14 km².
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Alog - Data center ocupa uma área de 6 mil m² de área construída e tem capacidade para mais de 40 mil servidores
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Alog - Empreendimento recebeu investimentos de R$ 30 milhões na primeira fase
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Alog - O investimento total somará R$ 60 milhões em mais três fases que devem ser colocadas em operação nos próximos cinco anos
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Alog - No Rio de Janeiro, servidores ocupam 2,6 mil m²
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Alog - Data centers da empresa em São Paulo ocupam uma área de 3 mil m²