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Rio Info: produção de sofware no Brasil está engatinhando

27 set 2011 - 14h45
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Luis Bulcão
Direto do Rio de Janeiro

Se comparada ao mercado de emergentes como China e Índia, a produção de softwares no Brasil vai muito mal, segundo Benito Paret, coordenador do maior evento de Tecnologia da Informação, Rio Info, que ocorre até o dia 29 no Rio de Janeiro. Benito alerta que mais de 70% dos programas utilizados no Brasil são importados. De acordo com ele, não há coesão nos esforços para fomentar a indústria nacional.

Longe dos games e redes sociais, o público-alvo da Softwell Solution são mesmo as empresas que criam softwares para outras companhias
Longe dos games e redes sociais, o público-alvo da Softwell Solution são mesmo as empresas que criam softwares para outras companhias
Foto: Divulgação

"A política de governo é tímida. Alguns aspectos, como o programa de banda larga e a desoneração para as empresas, são importantes. Existe um grau de desnacionalização da indústria muito grande e isso é grave", afirmou ao Terra logo após a palestra de abertura.

Segundo Benito, é preciso que o governo exerça seu poder de compra para criar mercado no Brasil. "A China está investindo pesadamente. A Petrobras, que é a maior investidora na área acadêmica do País, deveria bancar a indústria ou obrigar que ela participe, criando novos produtos e mercado, ao invés de pegar alunos da universidade se fechar dentro da empresa", afirma.

A Indústria Brasileira de Software e Serviços (IBBS) é formada por 75 mil empresas, que geram direta e indiretamente um milhão de empregos no País. Segundo Benito, o faturamento esperado para 2011 é de R$ 63 milhões. Segundo Benito, se a atual taxa de crescimento for mantida, em dez anos, a IBBS vai responder por 8% do PIB nacional.

O empresário comemora a aprovação da Lei da Informática, que inclui a renúncia da cobrança de IPI para as empresas produtoras de software e hardware até 2019. Mas ele atenta para o fato de que o comprometimento com o retorno em investimentos, de 4% previsto pela lei, não é monitorado.

"Entre 2007 e 2009, as mais de 500 empresas beneficiárias em torno de R$ 25 bilhões com renúncia fiscal. Há a contrapartida de 4% de investimentos em produção e desenvolvimento, mas 75% delas investem em projetos sem um claro controle dos benefícios produzidos para o país", afirma.

De acordo com ele, até 2019 serão gerados R$ 500 bilhões em renúncia fiscal. "Se não mudar a lei, a indústria será desnacionalizada".

Para Benito, medidas como a PLC 116/2010, abrindo o mercado para empresas de telecomunicações atuarem como TV de assinatura instituindo uma cota para conteúdo nacional são boas para a indústria. "Abre uma janela de oportunidades para o desenvolvimento de softwares interativos no país", considera.

Fonte: Especial para Terra
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