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Brasil terá 2 fábricas de telas touchscreen, diz Mercadante

13 out 2011 - 13h18
(atualizado às 14h24)
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Diogo Alcântara
Direto de Brasília

O presidente da Foxconn Technology Group, Terry Gou, se reuniu na manhã desta quinta-feira com a presidente Dilma Rousseff e prometeu duas fábricas iniciais de displays no País. Segundo o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, a produção de telas sensíveis aos toque (touchscreen) no Brasil pode começar antes da Copa do Mundo de 2014.

Foxconn manteve cronograma e produção do iPad começa até dezembro, afirmou ministro
Foxconn manteve cronograma e produção do iPad começa até dezembro, afirmou ministro
Foto: Divulgação

Toda a produção está a cargo da Foxconn, que afirmou na reunião que o cronograma está mantido e deve começar a produzir iPhones e iPads no País até dezembro. O volume de investimentos não foi revelado, mas segundo mercadante é da ordem de bilhões de dólares. Parceiros nacionais e estrangeiros participarão do investimento. "Evidentemente o BNDES é indispensável nesta negociação", disse Marcadante.

Em troca de toda a infraestrutura que o Brasil terá de desenvolver para receber o complexo de fábricas de telas de toque, a presidente Dilma Rousseff pediu ainda transferência total de tecnologia à empresa. "Nós ainda precisamos concluir essa negociação, porque ela envolve parceiros nacionais. A presidente quer que haja transferência tecnológica sem condições, portanto ampla, geral e irrestrita. Isso significa muito investimento em recursos humanos e parceiros no Brasil que sejam capazes de acompanhar estas exigências", disse Mercadante.

Segundo o ministro, a produção de telas touchscreen requer uma infraestrutura logística avançada. A empresa ainda não definiu onde vai instalar as duas fábricas iniciais, mas seis estados estão na disputa para sediar a manufatura desta tecnologia, até agora produzida em apenas quatro países asiáticos. O critério de escolha será técnico. A produção requer um complexo de plantas, que não se sabe efetivamente se ficarão localizadas no mesmo estado das fábricas iniciais.

"Precisa de muita energia, muita água, muita logística. Precisa de um aeroporto internacional que dê suporte a voos diários para poder suprir os componentes que são necessários nessa indústria. Portanto, a escolha do local tem exigido uma pesquisa muito complexa. Seis Estados brasileiros têm participado desse processo de consulta", afirmou o ministro.

Na saída do encontro de três horas com a presidente Dilma Rousseff, Terry Gou disse que a Foxconn investirá US$ 12 bilhões no Brasil num prazo de quatro a seis anos. Ele não detalhou os investimentos nem quanto deles são específicos para a produção de touchscreen. "Depende da capacidade da engenharia local para aceitar e receber toda a tecnologia necessária", disse.

A área construída da primeira fábrica deverá ser de 1,5 km², mas a produção de touchscreen ainda vai movimentar vários outros setores relacionados, como por exemplo, a produção de telas de LED. Aloizio Mercandante comparou, consideradas as devidas proporções, a produção de telas sensíveis ao toque à indústria automobilística, que movimenta outros setores industriais. "Ela (indústria de touchscreen) arrasta junto com ela outros setores de tecnologia da informação", disse o ministro.

No momento, o Brasil ainda não possui pessoal qualificado para a produção desta nova tecnologia, uma vez que apenas asiáticos desenvolvem esse tipo de display. Toda a formação de técnicos e engenheiros terá de ser oferecida pela empresas aos funcionários.

"Você precisa de muito recursos humanos, você precisa de muita engenharia. Na área de química, material elétrico, óptica, e, portanto, vai precisar de um esforço muito grande. E nós teríamos que formar aqui e lá. Portanto, nós teremos um programa de formação bastante intenso", afirmou.

A Foxconn, empresa de Taiwan que monta o iPad para a Apple, promete construir 25 fábricas no Brasil. A primeira a produzir iPad e iPhone será uma planta na região de Jundiaí (SP). A empresa também promete investimentos para manufatura de telas sensíveis ao toque (touchscreen). Hoje, a Foxconn é responsável por cerca de 6% das exportações chinesas, o que representa um volume de US$ 56 bilhões anuais.A Foxconn já está no Brasil desde 2003 com quatro fábricas. O encontro entre Dilma e Terry Gou acontece no dia em que a lei que desonera os tablets no Brasil foi publicada no Diário Oficial da União.

Fonte: Terra
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