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Não há privacidade em redes sociais, diz advogado de Assange

22 out 2011 - 12h32
(atualizado em 24/10/2011 às 10h31)
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Roseli Andrion
Direto de Londres

"Claramente não existe privacidade nas redes sociais." Essa é a opinião de Mark Stephens, ex-advogado de Julian Assange, o fundador do controverso WikiLeaks. Stephens é especialista em privacidade e, além de Assange, defende vítimas do escândalo dos grampos na Inglaterra. "Pense num cartão postal, que vai para o destinatário sem envelope e pode ser lido por qualquer pessoa. Só coloque na internet o que você colocaria num cartão postal", recomenda.

Especialista em privacidade, Mark Stephens compara a rede a um cartão postal
Especialista em privacidade, Mark Stephens compara a rede a um cartão postal
Foto: Roseli Andrion / Especial para Terra

Segundo Stephens, vivemos numa era em que não existe segurança de dados. "Sempre vai ter aquela pessoa que se sente tentada a divulgar dados secretos na rede", diz. Ele conta, sem citar nomes, que em alguns casos mesmo usando os meios tradicionais de comunicação ¿ como a entrega de documentos secretos em mãos por pessoas de extrema confiança ¿ há histórias que vão parar nas capas dos jornais.

O advogado diz que ele mesmo já teve seu telefone grampeado. "A mídia descobriu que esse é um caminho fácil para obter histórias secretas sem ter de falar com as fontes envolvidas. Só que, com a tecnologia atual, a gente não tem como fugir desse tipo de investida", avalia. "A tendência é surgirem sempre novas formas de uso desses dados, já que as redes sociais acumulam cada vez mais informações sobre cada um de nós".

Stephens acredita que a tecnologia que vasculha a privacidade é bastante útil para os serviços de inteligência. "Com ela, pode-se descobrir o que os regimes totalitários estão planejando fazer, por exemplo, e quais são seus alvos", ressalta. "É preciso tomar cuidado, porém, para não expor operações de contraterrorismo." Stephens evita perguntas sobre o WikiLeaks e a forma como o site expôs esse tipo de informação. "Não sei o que vai acontecer com o WikiLeaks daqui pra frente", é o que ele diz.

Quando o assunto é a prevenção, o advogado é pessimista: mesmo para os mais ricos, não há como evitar a exposição. "Eu conheço celebridades que construíram mansões enormes para que os papparazzi não tivessem como saber em que parte da casa elas estavam. E isso funcionou até a invenção do Google Earth: hoje, eu posso vê-las na piscina sem sequer sair da frente do meu computador", brinca.

Fonte: Especial para Terra
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