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Google lucra com anúncios de ingressos ilegais, diz BBC

11 jan 2012 - 13h48
(atualizado às 13h56)
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O Google lucra com os produtos ilegais que aparecem nos resultados de pesquisa graças ao seu sitema automatizado de anúncios publicitários segundo informações da BBC. Dentre as falsas publicidades que rendem também para o Google estão links não oficiais de revendedores de ingressos para os Jogos Olímpicos de Londres em 2012, vendedores de maconha e até de identidade falsa.

 O logotipo do Google é visto na entrada da sede da empresa em Mountain View, na Califórnia, Estados Unidos
O logotipo do Google é visto na entrada da sede da empresa em Mountain View, na Califórnia, Estados Unidos
Foto: AFP

Todo a investigação da BBc começou quando uma família contou a um programa de rádio da rede britânica que clicou nos primeiros resultados patrocinados de buscas do Google para comprar ingressos para os Jogos Olímpicos, mas não recebeu os bilhetes. O site LiveOlympicTickets, para o qual a família foi redirecionada, não é um canal de vendas oficial das Olimpíadas. A venda de ingressos sem a permissão das autoridades responsáveis pelos Jogos Olímpicos é considerada crime no Reino Unido.

A família fez contato com o Google, que respondeu que "embora o Google AdWords forneça uma plataforma para as empresas anunciarem seus serviços, nós não somos responsáveis, nem somos capazes de monitorar as ações de cada empresa". Ainda de acordo com a BBC os anúncios foram removidos logo após a publicação da reportagem, na quarta-feira.

O AdWords do Google faz filtro de palavras-chave, o que poderia ajudar a peneirar anúncios que oferecem serviços ilegais. Entretanto, vale lembrar que o sistema de publicidade do Google é parcialmente automatizado e que é assim que são selecionadas as propagandas que aparecem no topo dos resultados de sua pesquisa.

O gigante das buscas, por sua vez, disse que "temos um conjunto de políticas que identifica os anúncios que podem e não podem ser mostrados no Google. Estas políticas e diretrizes são aplicadas por ambos os sistemas automatizados e seres humanos. Quando somos informados de anúncios que quebram as nossas políticas, nós investigamos e removêmos-os se for o caso. Nosso objetivo é criar uma maneira simples e eficiente para empresas legítimas promoverem e venderem seus bens e serviços ao mesmo tempo em que protegemos os consumidores de atividades ilícitas".

Essa não é primeira reclamação do tipo: os links patrocinados do Google já se revelaram caros no passado. Em agosto de 2011, o Google concordou em perder US$ 500 milhões pela publicação de anúncios de farmácias canadenses que vendiam drogas ilegais para os clientes nos Estados Unidos.

À BB, o assessor de segurança online, Reg Walker, disse que um processo automatizado como o do Google AdWords é fraco e que é fácil digitar palavras-chaves no Google e encontrar sites ilegais. Além disso, o próprio Google lembra que a qualidade dos anúncios e o quanto pagam os anunciantes interferem na classificação da publicidade no ranking de resultados de buscas.

Fonte: Terra
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