PUBLICIDADE

Ucrânia fecha grande site de compartilhamento de arquivos

31 jan 2012 - 17h34
(atualizado às 17h47)
Compartilhar

A polícia ucraniana fechou nesta terça feira o site de compartilhamento de arquivos mais popular da antiga ex-república da soviética, o Ex.ua. A página foi fechada sob acusação de que seus donos distribuíam ilegalmente softwares, músicas e vídeos protegidos por direitos autorais.

Mansão Dotcom, casa do fundador do Megaupload Kim Dotcom, vale US$ 30 milhões
Mansão Dotcom, casa do fundador do Megaupload Kim Dotcom, vale US$ 30 milhões
Foto: Reuters

A manobra, que se deu após os Estados Unidos tirarem do ar o site Megaupload mais cedo neste mês, foi resultado de reclamações de empresas de software como a Microsoft e a Adobe, disse a polícia. "Durante uma busca nos escritórios e centrais de dados dos donos do site, a polícia confiscou vários computadoresm incluindo 200 servidores que continham por volta de 6 mil terabytes de informação, no total", disse o Ministério do Interior do país.

A polícia descobriu que o site era gerido por um cidadão da Letônia. O ministério disse que 16 pessoas que haviam trabalhado nos escritórios do Ex.ua estavam sendo interrogadas, mas não disse quantas pessoas haviam sido detidas, se é que houve prisões.

Segundo as leis da Ucrânia, os donos do site podem enfrentar até cinco anos de prisão se forem declarados culpados, disse o ministério.O número de usuários do Ex.ua era de milhões, de acordo com a polícia. A maioria dos usuários se conectava de dentro da Ucrânia.

Megaupload

As autoridades dos Estados Unidos, incluindo o FBI (polícia federal americana), tiraram o Megaupload e outros 18 sites afiliados do ar na noite do dia 19 de janeiro (horário de Brasília) por considerar que o site faz parte de "uma organização delitiva responsável por uma enorme rede de pirataria virtual mundial". O Megaupload teria causado mais de US$ 500 milhões em perdas ao transgredir os direitos de propriedade intelectual de companhias. As autoridades norte-americanas consideram que por meio do site, que conta com 150 milhões de usuários registrados, e de outras páginas associadas, ingressaram cerca de US$ 175 milhões.

Em resposta ao fechamento do Megaupload, o grupo de hackers Anonymous bloqueou temporariamente o site do Departamento de Justiça, do FBI e o da produtora Universal Music, entre outros na noite de 19 de janeiro, horário de Brasília. De acordo com os hackers, foi o maior ataque já promovido pelo grupo, com mais de cinco mil pessoas ajudando.

No dia 20 de janeiro na Nova Zelândia, noite de 19 de janeiro no Brasil, a polícia neozelandesa realizou uma operação na qual confiscou dos detidos e do Megaupload bens avaliados em US$ 4,8 milhões, além de US$ 8 milhões depositados em contas abertas em diversos bancos do país. Nesta operação, Kim Schmitz, mais conhecido por Dotcom, fundador do Megaupload, e os outros três envolvidos, foram presos. Desde então, outros acusados de participar do negócio, alguns fugitivos, vêm sendo presos ao redor do mundo. Dotcom, que teve o pedido de fiança negado, está preso desde o dia 20 de janeiro na Nova Zelândia e deve permanecer até o dia 22 de fevereiro, quando termina o prazo do pedido de extradição para os Estados Unidos.

Megaupload Ltd., e outra empresa vinculada ao caso, a Vestor Ltd, foram indiciadas pela câmara de acusações do Estado da Virgínia (leste) por violação aos direitos autorais e também por tentativas de extorsão e lavagem de dinheiro, infrações penalizadas com 20 anos de prisão. Embora tenham participado da operação, as autoridades da Nova Zelândia não devem apresentar acusações formais contra o site.

O anúncio do fechamento do Megaupload ocorreu em meio a uma polêmica nos Estados Unidos sobre dois projetos de lei antipirataria, o Sopa (Stop Online Piracy Act), que corria na Câmara dos Representantes, e o Pipa (Protect Intelectual Property Act), que era debatido no Senado, contra as quais se manifestou, entre muitos outros, o site Wikipédia, interrompendo seu acesso no dia 18 de janeiro, e o Google mascarando seu logo. O protesto foi chamado de apagão ou blecaute pelos manifestantes.

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
TAGS
Publicidade