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Com ataques, Anonymous quer atenção "pelo amor ou pela dor"

1 fev 2012 - 11h59
(atualizado às 12h28)
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Membros do grupo ciberativista Anonymous executam nesta semana a operação #OpWeeksPayment, ou semana de pagamento, em que um site de banco vem sendo derrubado a cada dia. Em entrevista ao Terra, por e-mail, os hackers explicam que a intenção dos ataques é fazer que os objetivos do movimento Anonymous cheguem "ao conhecimento de todo o País". A semana, escolhida em função do pagamento de salários da maioria das empresas, já presenciou a saída dos sites do Itaú, do Bradesco e do Branco do Brasil do ar.

Em entrevista ao Terra, hackers explicam que escolha por bancos foi para atingir classe média
Em entrevista ao Terra, hackers explicam que escolha por bancos foi para atingir classe média
Foto: AFP

"Nosso principal objetivo é incentivar a grande massa a lutar pelos seus direitos para poder viver num País com menos desigualdades", afirmam os ciberativistas em relação às metas do Anonymous. Eles explicam que até então se focavam em ataques a sites do governo, mas que a maioria das pessoas não se importava se uma página oficial era hackeada. "Nos movimentos 'Caras Pintadas', 'Diretas Já', entre outros que já ocorreram no país, as pessoas saíam às ruas para manifestar. Eles se limitavam a pichar apenas muros de órgãos públicos? Por que nós vamos nos limitar a isso?", questionam.

Para ampliar o alcance de suas mensagens, a tática foi atingir a classe média, uma vez que "causando dor de cabeça neles, 'pelo amor ou pela dor' o movimento chegará ao conhecimento de todo o país". "A grande massa não possui acesso a internet, tampouco sabe o que são 'hackers'", justificam.

Os ataques que acontecem nesta semana fazem parte de uma agenda maior, explica o grupo, e o calendário de ações foi planejado em novembro de 2011. Na operação #OpWeeksPayment participam sete pessoas, com faixa etária entre 25 e 35 anos. Os bancos escolhidos seriam os "cinco principais bancos brasileiros".

Sobre a segurança dos dados de clientes, os ativistas são enfáticos em esclarecer que não têm intenção de cometer roubos ou desvios. "Nós não queremos dinheiro!", exclamam, reforçando que os membros do grupo possuem seus empregos. "Não é da nossa índole apelar para esse tipo de prática criminosa", garantem.

Em relação aos sistemas dos bancos, no entanto, a resposta é evasiva. "Não iremos nos pronunciar", declaram, observando na sequência que "sistemas 100% seguros são aqueles fora da tomada". "De nada adianta tecnologia de ponta se a peça mais fraca do processo são seres humanos - estes são totalmente vulneráveis", continuam.

Em resposta às críticas da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), de que os prejudicados com as ações são os clientes, e não os bancos, o grupo é taxativo: "não estamos aqui para agradar ninguém". "Estamos aqui para mostrar ao povo que ele unido tem força para mudar a atual situação! Acordem! Criem movimentos, se organizem, coloquem o nome que quiserem", clama a mensagem. Por fim, o grupo cita uma série de atos cometidos por militantes durante a ditadura no Brasil e conclui: "eles queriam viver num país melhor, bem como nós".

Fonte: Terra
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