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Google: executivo critica hábito de compartilhar tudo no Facebook

4 mai 2012 - 14h14
(atualizado às 14h35)
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Leopoldo Godoy
Direto de Santiago (Chile)

O vice-presidente de produtos socias do Google, Bradley Horowitz, criticou nesta sexta-feira a chamada tecnologia "frictionless" utilizada pelo Facebook, que permite que o usuário compartilhe automaticamente artigos, músicas e vídeos acessados na internet. Segundo Horowitz, o Google quer ir no caminho contrário com sua rede social, o Google Plus.

"Não acreditamos no chamado compartilhamento sem fricção, queremos adicionar fricção e permitir que o usuário saiba exatamente o que está compartilhando e com quem", afirmou. "Há um motivo para o fato de que nem todos os pensamentos deixam nossa mente. Não é preciso falar tudo o que pensamos."

A posição do Google, segundo Horowitz, faz com que o Plus esteja mais perto do que o que as pessoas realmente esperam de uma rede social. "O usuário quer estar perto dos amigos e ter acesso ao que é importante, e não apenas publicar e compartilhar cada fato mundano que aconteça em sua vida", acredita.

Horowitz criticou ainda o sistema de anúncios do Facebook, e afirmou que o Google é capaz de lidar melhor com a publicidade em sua rede social. "Não quero ver um anúncio quando estou olhando uma foto da minha filha, é muito invasivo, isso não pode acontecer em um momento tão íntimo. Creio que sabemos mostrar anúncios sociais mais relevantes, na hora certa, e que sirvam como informação."

Apesar do otimismo do executivo, o Google tem tido dificuldades para atrair usuários para a rede social. Segundo números da ComScore de janeiro de 2012, usuários do Plus passaram em média 3,3 minutos no serviço durante o mês. Já o Facebook conseguiu a atenção dos internautas por, em média, 8 horas.

Horowitz alega que a métrica não é ideal, já que o Google Plus não é apenas uma rede social - embora tenha boa parte dos recursos destes sites, como páginas de perfil e compartilhamento de informações - e sim uma plataforma social para integrar todos os outros serviços do Google.

"Criamos vários serviços, como sementes plantadas em um jardim. Muitas plantas floresceram, e agora queremos fazer um buquê, bonito e coerente. O Google Plus é o que vai permitir que esse buquê exista. É nossa teia social, e comparar nossa audiência com a do Facebook é um erro. O usuário não precisa estar na página do Google Plus para estar engajado no serviço."

A escolha das "plantas" que "floresceram" criou, no entanto, atrito entre o Google e diversos usuários. O encerramento das funções sociais do leitor de RSS Google Reader, no final de 2011, provocou protestos. "O Reader tem um número de usuários pequeno, para os padrões do Google, mas são usuários bastante apaixonados", minimiza Horowitz. "Mas não nos esquecemos deles, teremos soluções em breve para conectar melhor o usuário ao conteúdo noticioso", prometeu.

Fonte: Terra
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