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Facebook teve pior estreia na bolsa desde 2007, diz jornal

23 mai 2012 - 17h34
(atualizado às 17h36)
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Era para ser um dos melhores investimentos dos últimos tempos, mas depois de três dias o que predomina é a decepção: as ações do Facebook já despencaram quase 18%, e a rede social está, até o momento, no topo da lista de piores IPOs (sigla em inglês para oferta pública inicial) desde 2007, segundo o Wall Street Journal.

Queda acumulada de mais de 18% em três dias pôs rede social no topo dos piores IPOs de companhias bilionárias
Queda acumulada de mais de 18% em três dias pôs rede social no topo dos piores IPOs de companhias bilionárias
Foto: Reuters

Durante meses investidores esperaram ansiosos pela entrada do Facebook na bolsa de valores, mas em vez de um bom negócio eles estão diante da perspectiva de um desastre. Em poucos dias os papéis perderam quase um quinto do valor. As expectativas iniciais de sucesso não foram alcançadas.

"Muitas pessoas sensatas perceberam que o Facebook foi supervalorizado e não traria lucros para os investidores profissionais", disse o analista de mercados Oliver Roth, do banco Close Brothers Seydler. Os investidores que compraram ações do Facebook pelo valor inicial de US$ 38 perderam, até o terceiro dia de negócios, quase 18% do dinheiro investido.

Isso transforma a oferta pública inicial da maior rede social do mundo numa das piores dos últimos anos. De acordo com o WSJ, nenhuma outra empresa avaliada na casa dos bilhões foi tão mal ao entrar na bolsa desde 2007. De um total de 24 IPOs semelhantes, apenas oito estavam no negativo depois de três dias de negociação. O Facebook lidera claramente esta lista. O segundo colocado, a administradora patrimonial Och-Ziff, teve uma queda de 13% no mesmo período. Da lista, com um declínio de 8%, consta também a Zynga, desenvolvedora de jogos parceira do Facebook.

Críticas ao Morgan Stanley
O banco de investimentos Morgan Stanley, encarregado de organizar o ingresso do Facebook na Bolsa, é agora o principal alvo de ataques. A queixa central é que os banqueiros haveriam calculado mal a demanda, colocando ações demais no mercado.

Para a estreia no mercado de valores, na última sexta-feira, os bancos ligados ao Morgan Stanley se esforçaram intensamente para ainda garantir alto o preço. Compras direcionadas mantiveram as ações acima do preço de emissão de US$ 38.

Segundo Robert Halver, analista-chefe do Banco Baader, isso é normal. "É comum entre os bancos participantes do consórcio cuidar para que a cotação inicial pareça em ordem, quando ela não está". Os investidores devem, antes, aguardar, aconselha Halver.

Erro embaraçoso da Nasdaq

"Não foi nosso melhor momento": assim desculpou-se o presidente da Bolsa de Tecnologia de Nova York, a Nasdaq, por uma das mais embaraçosas panes já ocorridas numa IPO: investidores e corretores ficaram horas sem saber o status da sua compra e ordens de venda. "Um clássico erro de lançamento. Absolutamente impossível. Tal coisa não pode acontecer na terra do capitalismo", disse Robert Halver, do Banco Baader.

A Nasdaq teve grandes problemas com a confirmação dos pedidos, pois os computadores obviamente não estavam à altura da demanda. Alguns investidores ficaram horas sem saber se suas ordens de compra haviam sequer sido realizadas.

A Comissão de Títulos e Câmbio dos Estados Unidos (SEC) dos Estados Unidos já começou a investigar as circunstâncias. As primeiras ações judiciais conjuntas contra a Nasdaq já estão sendo preparadas.Vitória no mau uso de dados

Mas há também uma boa notícia para o Facebook: a empresa conseguiu uma conciliação na disputa legal sobre o uso indevido de dados de usuário para fins de publicidade. Os litigantes haviam acusado a rede social de enviar informações sobre o botão "curtir" para empresas parceiras, sem consentimento dos usuários. 

Segundo eles, os comentários de "curtir" relativos a empresas ou produtos eram encaminhados aos amigos do usuário. Em alguns casos, até mesmo o perfil ou a foto apareciam nas "histórias patrocinadas", as quais, segundo os autores do processo, tinham formato de anúncio.

O processo ocorreu nos Estados Unidos como ação coletiva. Não foram divulgados detalhes do termo de conciliação. Há muito, a rede social está na mira dos especialistas em proteção de dados, devido à forma como lida com os dados pessoais de seus membros.

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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