ONU vai advertir países membros sobre riscos do vírus Flame
A agência da Organização das Nações Unidas (ONU) encarregada de ajudar os países membros a manter em segurança seus projetos nacionais de infraestrutura vai emitir um alerta sobre o risco do vírus Flame, recentemente descoberto no Irã e em outras regiões do Oriente Médio.
"Este é o (ciber) alerta mais sério que já emitimos", disse Marco Obiso, coordenador de segurança cibernética para a União Internacional de Telecomunicações da ONU, com sede em Genebra, na Suíça.
O alerta confidencial dirá aos países membros que o vírus Flame é um instrumento de espionagem perigoso com a capacidade potencial de ser usado para atacar os sistemas de infraestrutura essencial, disse ele em uma entrevista.
"Eles devem ficar alertas", disse ele. As evidências sugerem que o vírus, chamado de Flame, pode ter sido desenvolvido em nome do mesmo país, ou países, que encomendou o Stuxnet, que atacou o programa nuclear do Irã em 2010, de acordo com o Kaspersky Lab, o fabricante russo de softwares de segurança que ganhou crédito por descobrir as infecções.
"Acho que esta é uma ameaça muito mais séria do que o Stuxnet", disse Obiso.
Saiba mais sobre o supervírus
O Flame é um dos mais sofisticados softwares maléficos descobertos. Tem um código 20 vezes maior do que o do Stuxnet, foi construído com uns vinte módulos e os pesquisadores ainda não sabem o propósito completo da maioria deles. Trata-se da ferramenta de roubo de dados mais completa encontrada até esta data. Pode gravar sons, acessar comunicações por Bluetooth, fazer capturas de tela e unir-se em conversas via Messenger.
Os criadores do vírus empregaram uma rede de cerca de 80 servidores por toda a Ásia, Europa e América do Norte para acessar remotamente dispositivos infectados. Ele pode mudar as configurações dos computadores e roubar informação silenciosamente.
O maior número de computadores infectados foi encontrado no Irã, seguido por Israel e Palestina. O vírus também chegou ao Sudão, Síria, Líbano, Arábia Saudita e Egito. Os investigadores da Kaspesrky estimam que, em todo o mundo, tenham sido infectados entre mil e 5 mil dispositivos. Eles não quiseram especular sobre que nação ou nações estariam por trás do Flame - os criadores do Stuxnet e do Flame usaram técnicas similares para infectar os computadores, o que seugere que são projetos 'paralelos' respaldados por uma mesma nação.