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Oriente Médio

Vírus Stuxnet foi desenvolvido por EUA e Israel, diz jornal

1 jun 2012 - 16h32
(atualizado às 18h44)
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Os Estados Unidos e Israel foram os responsáveis pelo Stuxnet, um vírus de computador criado para causar danos físicos nas instalações nucleares iranianas. A afirmação está em uma reportagem do The New York Times desta sexta-feira. Segundo o jornal, o vírus foi distribuído por um pen drive.

O presidente americano, Barack Obama, aumentou os ciberataques contra o programa nuclear iraniano, inclusive depois que o vírus Stuxnet foi difundido acidentalmente em 2010. A operação começou no governo do presidente George W. Bush com o nome de "Olympic Games" (Jogos Olímpicos) e é o primeiro ciberataque de que se tem conhecimento lançado contra outro país pelos Estados Unidos usando códigos falsos desenvolvidos por Israel, diz o NYT.

O jornal nova-iorquino destaca que a reportagem está baseada em 18 meses de entrevistas com altos funcionários e ex-autoridades americanas, europeias e israelenses, e adaptada do livro Confront and Conceal: Obama's Secret Wars and Surprising Use of American Power (Confrontar e esconder: as guerras secretas de Obama e o surpreendente uso do poder americano, em tradução livre), de David Sanger, que será publicado na próxima semana.

O ciberataque, destinado a impedir que o Irã fabrique armas nucleares e a dissuadir Israel de um ataque militar preventivo contra Teerã, semeou a confusão na usina nuclear iraniana de Natanz, segundo o NYT. Contudo, altos membros da administração consideraram suspendê-lo, depois que o Stuxnet - um complexo vírus desenvolvido em conjunto com Israel - "escapou" e começou a aparecer nos sistemas de vários países, afirma o jornal.

De qualquer maneira, Obama ordenou a continuação dos ataques e, uma semana depois do vazamento do Stuxnet, uma nova versão do vírus fez cair temporariamente 1 mil das 5 mil centrífugas nucleares com que o Irã contava naquele momento, segundo o jornal.

Os especialistas suspeitavam há tempos que o Stuxnet, projetado para atacar os sistemas de controle fabricados pela gigante alemã Siemens, era de origem americana e israelense, mas nenhum dos dois países tinha admitido participar da operação.

Um porta-voz do Pentágono, o capitão John Kirby, se negou a comentar em detalhes a matéria, mas disse que Obama e o secretário de Defesa, Leon Panetta, priorizam a capacidade cibernética. "Como dissemos reiteradamente - e o presidente e o secretário deixaram claro - o setor cibernético é um domínio que requer uma constante avaliação e uma constante consideração e em que precisamos melhorar o leque de capacidades que temos no ciberespaço", disse Kirby aos jornalistas.

O Ocidente acusa o Irã de buscar armas nucleares no âmbito de um programa civil, feito que Teerã nega, insistindo que seu programa tem objetivos exclusivamente pacíficos. A matéria do NYT foi publicada dias depois que especialistas do laboratório russo Kaspersky, uma importante empresa de software de antivírus, descobriu o Flame um sofisticado vírus, várias vezes maior que Stuxnet, que também parece ter como objetivo o Irã, entre outros países do Oriente Médio, incluindo Israel.

Com informações da AFP.

Fonte: Terra
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