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Hackers e especialistas em segurança se encontram em Vegas

25 jul 2012 - 15h30
(atualizado às 16h19)
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Os lados contrários da segurança na internet se encontram esta semana em Las Vegas, a "cidade do pecado", em dois encontros que reúnem, por um lado, especialistas em proteção informática e, de outro, hackers que se divertem desbaratando-a.

A conferência hacker Def Con está em sua 20ª edição
A conferência hacker Def Con está em sua 20ª edição
Foto: Reprodução

Mais de 6,5 mil especialistas em segurança informática do mais alto nível assistem à conferência Black Hat, que começou no sábado e se estende até a quinta-feira. Muitos deles podem adotar um nome falso e ficar em Las Vegas (Nevada, oeste) para participar do grande encontro dos hackers, a Def Con, que começa na quinta-feira.

Enquanto a Black Hat se celebra no elegante hotel-cassino Caesar's Palace de Las Vegas, com patrocinadores de renome como Microsoft, Cisco, IBM, Hewlett Packard e Amazon, a Def Con, que requer uma inscrição de US$ 200, será no menos glamouroso hotel-cassino Rio, em frente à autopista de Las Vegas.

Ao contrário das luxuosas festas fechadas da Black Hat, a Def Con, que realiza sua 20ª edição, costuma reunir multidões em seu churrasco anual em um parque local, com duelos de programação entre hackers que podem durar a noite toda e jogos que incentivam o consumo de álcool.

Por mais diferentes que possam parecer, Black Hat e Def Con se assemelham cada vez mais, agora que os ataques informáticos são cada vez menos obra de jovens gênios brincalhões e mais de grupos organizados, de espiões industriais ou de organizações não governamentais.

O fundador das duas conferências, Jeff Moss, agora é chefe de segurança da Corporação da Internet para a Atribuição de Nomes e Números (Icann), agência independente encarregada de regular os nomes de domínio da internet. E como muitas empresas de segurança informática foram fundadas por ex-hackers, antigos participantes da Def Con viraram os pilares da Black Hat.

Para ilustrar esta aproximação, o desafio "Identifique o agente", lançado aos participantes da Def Con para expulsar agentes disfarçados do FBI, se tornou uma forma mais amigável de desenvolver as relações entre os hackers e a polícia, que busca se aperfeiçoar em sua luta contra o crime e recrutar talentos.

O principal orador da Def Con este ano será o diretor da Agência Nacional de Segurança (NSA), entidade de inteligência americana especializada em espionagem. O general Keith Alexander falará de "Valores Compartilhados, Responsabilidades Compartilhadas".

Os jornalistas que cobrem a Def Con foram advertidos a não sacar dinheiro nos caixas automáticos próximos ao local da conferência por medo de terem sido manipulados e a fechar as conexões Wi-Fi para evitar invasões.

"Você está entrando em um dos territórios mais hostis do mundo", advertiram os organizadores da Def Con, que sugeriram a troca de senhas ao final do encontro. "Prepare-se para hackear e ser hackeado".

Entre os temas principais das discussões em Las Vegas estão a vulnerabilidade dos dispositivos móveis e os riscos de invasão que correm as instalações de alta segurança, como centrais elétricas ou sistemas de transporte.

"A maior tendência atual gira em torno dos dispositivos portáteis", disse Ivan Ristic, diretor de engenharia da companhia de segurança Qualys, que fará uma apresentação sobre como reforçar a segurança nas páginas web."Ano a ano temos uma diversidade maior de dispositivos móveis utilizados em cada estrato social", continuou. "É um ambiente cada vez mais hostil e onde há cada vez mais troca de informação".

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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