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vc repórter: aos 25 anos, jovem "conhece" irmã pelo Facebook

6 set 2012 - 21h10
(atualizado em 7/9/2012 às 13h40)
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Daniela e Carla não passam um dia sequer sem contato. Trocam mensagens de texto de "bom dia", "boa noite", telefonemas e emails. Apesar de uma morar em Novo Hamburgo e outra, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, elas sempre conseguem se ver aos finais de semana.

O vínculo começou quando Daniela Fabiana de Mello, 25 anos, em um acesso despretensioso ao Facebook, esbarrou no perfil de Carla Fabiana Terra, de 37. Adicionou como amiga, mandou mensagem e descobriu que tinha acabado de encontrar a irmã que jamais conhecera.

"Desconfiei que fosse minha irmã, principalmente pelo 'Fabiana', meu segundo nome. Em seguida, vi as fotos no Facebook e falei para o meu amigo do trabalho: 'Gilian, eu acho que essa moça é minha irmã'. Ele achou estranho, mas me encorajou a mandar uma mensagem", relembra Daniela. No texto virtual, Daniela fez a seguinte pergunta: você é filha do José Carlos Terra, neta de Alfeto Terra?

Confirmado. As duas eram mesmo irmãs. A partir daí, foram exatos dez dias de ansiedade e incontáveis trocas de telefonemas e de mensagens até o encontro pessoal. "Fizemos até contagem regressiva pelas redes sociais", conta Daniela. Quando Daniela levou a novidade bombástica para o irmão Douglas, de 22 anos, também filho de José Carlos, o jovem ficou mudo por segundos, sem saber o que dizer.

Nove meses antes, Douglas e Daniela descobriram, também por acaso, o endereço da tia Lili, mãe de criação de seu pai, e lhe fizeram uma visita. O objetivo principal era descobrir o paradeiro de José Carlos, a quem não viam desde que eram muito novos. Tia Lili não tinha notícias do "filho" havia mais de cinco anos.

José Carlos "sumira do mapa", de novo. Durante a conversa, Daniela percebeu que Lili a chamava de Carla. "Eu, então, perguntei por que ela me chamava assim, e ela me disse que eu tinha uma irmã muito parecida comigo, chamada Carla, uns dez anos mais velha do que eu", diz.

Daniela ficou "confusa" e "muito curiosa" com a novidade. Desde os 15 anos ela vinha tentando saber notícias do pai. Chegou a ligar em delegacias da região de Novo Hamburgo, na Polícia Federal, IML, INSS, entre outros, mas nunca conseguia extrair nada. Afinal, apesar de filha, não era registrada por José Carlos e, por isso, sempre recebia respostas negativas dos órgãos. Agora, iniciaria uma nova caça.

Ela ainda não tinha Facebook, mas procurava a irmã pelo Orkut. Meses depois, criou um perfil na rede social criada por Mark Zuckerberg para a loja de móveis planejados em que trabalhava. Ao se familiarizar com a ferramenta, começou a adicionar amigos à página da loja. "Eu ia adicionando amigos, amigos de amigos, pessoas com interesses em comum", conta. Numa quinta-feira, ao monitorar a página, Daniela viu a atualização de perfil de um deles. Era Carla.

Após o contato, soube pela irmã mais velha que José Carlos havia morrido em 2007. Carla soube do falecimento do pai porque, por ser registrada no nome dele, foi contatada para organizar o enterro. Ela também não o via desde que era muito nova.

Hoje, dez meses após a aproximação, as duas irmãs têm uma amizade "muito forte". Daniela, mãe de uma menina, ganhou dois novos sobrinhos. Carla comemorou, na última quarta-feira, uma data inédita para ela: o "Dia do irmão". Daniela garante que o encontro apagou as mágoas que nutriam pelo pai. "Eu e o Douglas sempre falamos que nosso pai se foi, mas nos deixou um presente".

A internauta Daniela Fabiana de Mello, de Novo Hamburgo (RS), participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

Daniela, Carla e Douglas em uma  das muitas visitas que promovem após descoberta pela rede social
Daniela, Carla e Douglas em uma das muitas visitas que promovem após descoberta pela rede social
Foto: Daniela Fabiana de Mello / vc repórter
vc repórter
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