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Um mundo sem satélites seria um pesadelo, diz especialista

5 out 2012 - 10h04
(atualizado às 11h03)
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O GPS não recebe sinal e você se perde de carro, não consegue ligar para ninguém porque o celular não funciona e inclusive a eletricidade chega com dificuldades a sua casa. Não é o fim do mundo, mas parece: é um dia sem satélites, essa infraestrutura distante que vela pela ordem na Terra.

Conselheiro europeu diz que a vida em sociedade não funcionaria bem sem essa tecnologia
Conselheiro europeu diz que a vida em sociedade não funcionaria bem sem essa tecnologia
Foto: EFE

"Um mundo sem satélites seria um pesadelo. O mundo, a sociedade, a economia, em muitos países do mundo, simplesmente parariam", explicou à agência EFE o vice-presidente da Associação Europeia de Operadores de Satélites (Esoa, na sigla em inglês) e conselheiro geral da Eutelsat, Michel de Rosen, por causa do primeiro dia europeu dedicado aos satélites.

Se os satélites deixassem de funcionar um dia, bilhões de pessoas perderiam o acesso a serviços de radiodifusão ou à informação, e deixariam de estar conectadas e inclusive ficariam incomunicáveis.

As atividades de socorro parariam, muitas fábricas deixariam de funcionar, centenas de milhões de motoristas usuários da tecnologia GPS se perderiam, não poderiam ser feitas muitas operações em mercados financeiros e a defesa da maioria dos países ficaria completamente vulnerável.

"Os satélites não só oferecem a transmissão da televisão e a previsão do tempo, mas também proporcionam a referência temporal exata que está por trás de tantas outras redes de comunicações", assinalou a secretária-geral da Esoa, Aarti Holla Maini.

Ela se referiu também às redes de energia elétrica de cada país, que sincronizam a hora por satélite, e inclusive os mercados financeiros, servidores de informática e centros de dados.

"Todas estas coisas se desacelerariam ou inclusive parariam de uma vez só, a qualidade dos serviços se tornaria tão pobre, que a sociedade não funcionaria adequadamente", assegurou.

Nesse mundo sem satélites, além disso, as redes de telefonia entrariam em colapso e a internet ficaria incrivelmente lenta, até o ponto em que dois ou três dias deixaria de funcionar.

"Há muitas aplicações invisíveis que os satélites garantem das quais as pessoas não chegam a se dar conta", resumiu Aarti.

Além de desempenhar um papel fundamental na vida cotidiana, o setor tem um grande peso na economia europeia: representa investimentos no valor de 20 bilhões de euros e dá emprego direto ou indireto a mais de 200 mil pessoas de alta qualificação.

Os satélites também são vitais para o desdobramento de operações de emergência, tanto por sua capacidade de fazer imagens como por oferecer a única via de comunicação quando as redes terrestres ficam destruídas em um desastre.

"Em um terremoto como o do Haiti (de 2010), sem satélites não haveria nenhuma infraestrutura terrestre e nem comunicações, e não poderia distribuir meu pessoal no terreno para salvar vidas, reconstruir as casas e recriar o sustento para as vítimas do desastre", explicou à EFE o diretor-geral de Ajuda Humanitária e Defesa Civil da Comissão Europeia, Claus Sorensen.

Na sua opinião, os satélites oferecem um "apoio do céu", que em áreas sacudidas por um desastre ou um conflito constitui "a única linha de vida" com os trabalhadores humanitários desdobrados no terreno.

Para De Rosen, "muita gente subestima o fato de que os satélites são agora parte de nossa vida diária, e nossa vida cotidiana seria muito pior, muito mais ineficaz, sem eles".

Para garantir que os satélites continuem contribuindo para manter a ordem na vida diária, os operadores europeus pediram às autoridades da União Europeia para apostar na neutralidade tecnológica.

Eles também pediram para se criar igualdade de condições a fim de fomentar um "adequado mix de comunicações" entre as tecnologias terrestres e a de satélites.

"Não estamos competindo com essas outras tecnologias, mas complementando-as", assegurou De Rosen, lembrando que para isso é necessário que as aplicações terrestres não interfiram no espectro radioelétrico que os satélites usam.

De seu ponto de vista, sem os satélites - que podem garantir um acesso mais barato à banda larga na zona rural ou em locais remotos em comparação com as redes de fibra ótica - não se cumprirão os objetivos da Agenda Digital europeia para 2020.

"Acreditamos que temos o telefone garantido, ou internet, e nos levantamos de manhã pensando em saber como ficará o tempo", disse a secretária-geral da Esoa, advertindo que essa situação cotidiana estaria em perigo sem o serviço dos satélites.

EFE   
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