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Microsoft se reinventa com o Windows 8 para mercado móvel

24 out 2012 - 19h21
(atualizado às 21h32)
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A Microsoft lança nesta sexta-feira uma versão aperfeiçoada de seu principal produto, o sistema operacional Windows, em uma aposta arriscada com a qual espera recuperar o terreno perdido com sua tardia chegada ao mercado de telefonia móvel, dominado pelos rivais Apple e Google.

O Windows 8, nova versão do sistema operacional da Microsoft, tem lançamento previsto para 26 de outubro
O Windows 8, nova versão do sistema operacional da Microsoft, tem lançamento previsto para 26 de outubro
Foto: Getty Images

Infográfico: Surface, iPad ou Galaxy Tab? Veja comparação entre os tablets

O lançamento coincide com a entrada da gigante de tecnologia no mercado de tablets, com um produto batizado Surface e claramente destinado a competir com o iPad da Apple. A Microsoft aposta alto no novo produto, organizando um evento de lançamento previsto para esta quinta-feira em Nova York com gastos de marketing estimados entre US$ 1,5 bilhão e US$ 1,8 bilhão, segundo a revista Forbes.

O Windows 8 estará disponível em 109 línguas no mundo inteiro. "É um produto absolutamente essencial", afirma Bill Gates, cofundador da Microsoft e presidente de seu conselho de administração, em uma entrevista publicada na segunda-feira no site da Microsoft. "Ele leva o Windows ao mundo tátil".

O sistema operacional da Microsoft ainda está presente em 90% dos computadores pessoais do mundo. Mas se forem levados em consideração os aparelhos móveis com telas táteis, como os tablets e os smartphones, que utilizam sobretudo o sistema operacional da Google - Android - ou o da Apple - iOS -, a fatia de mercado da Microsoft cai dramaticamente, para 30%, estima o instituto de pesquisa Forrester.

Seguindo o raciocínio de outros analistas, Frank Gillett, do Forrester, menciona "a mudança mais radical desde que o Windows original substituiu o (sistema operacional) DOS" no começo dos anos 1990. "O lançamento do Windows 8 é uma etapa muito importante para a Microsoft" que "redefine sua tecnologia e sua estratégia para reagir diante do desenvolvimento dos aparelhos móveis de tela tátil", ressaltou.

Entre as mudanças emblemáticas reveladas pela imprensa está a retirada do menu de início que será substituído por uma série de opções na tela. O sistema "parece bem adaptado aos novos dispositivos de informática, como os tablets, inclusive quando há quem se pergunte se é adequado para os computadores pessoais e para os portáteis tradicionais", ressalta o Instituto Gartner.

Apesar disso, o Gartner considera que o Windows 8 é um "risco que a Microsoft deve correr para continuar sendo relevante em um mundo onde os dispositivos móveis (...) se tornam a regra".

Período de aprendizado
A recepção pode ser tímida entre os clientes tradicionais do Windows, que podem ficar confusos com o número de mudanças.

"Todos serão submetidos a um período de aprendizado, algo que pode prejudicar a Microsoft", prevê o analista independente Jeff Kagan. Entre as incógnitas está a recepção que terá entre as empresas, que representam a maior parte da clientela do Windows atualmente, mas que preferem produtos já conhecidos. Ainda longe de ter adotado os tablets, elas utilizam versões relativamente antigas do Windows, como o XP.

Em relação ao público em geral, Frank Gillett antecipa que "a perspectiva de um aprendizado para a nova interface pode levar alguns a buscarem outras soluções". Por exemplo, aqueles que ainda hesitam entre Mac e Apple na hora de comprar um computador, poderão, diante da necessidade de se adaptar ao novo sistema, escolher a opção da companhia da maçã.

Os fabricantes de aparelhos eletrônicos, atingidos em cheio pela queda do mercado de computadores pessoais, têm altas expectativas com o Windows 8. A Microsoft indicou na semana passada ter recebido quase US$ 800 milhões em pré-vendas do sistema, um aumento de 40% em comparação com a versão anterior, o Windows 7. No entanto, o instituto Forrester espera uma adoção relativamente lenta do programa devido ao tempo que será necessário para seus usuários "digerirem a transformação".

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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