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Lumix com Wi-Fi e 'foco touch' é aposta da Panasonic

20 nov 2012 - 07h35
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Guilherme Neves
Direto de Yamagata (Japão)

Se uma cidade pode ser fotogênica, essa é Yamagata, no norte do Japão. O colorido das folhas das cerejeiras, maçãs e pereiras, contrastando com o verde escuro dos montes com cumes cobertos de neve são um convite para turistas sacarem as câmeras e tirarem fotos. Local apropriado para uma fábrica de lentes, como a da Panasonic. De lá, vem a tecnologia por trás de uma das mais recentes apostas da empresa japonesa, a Lumix DMC GH3.

Lumix GH3 é a nova aposta da Panasonic nas câmeras digitais, com um sistema de foco automático aperfeiçoado e Wi-Fi
Lumix GH3 é a nova aposta da Panasonic nas câmeras digitais, com um sistema de foco automático aperfeiçoado e Wi-Fi
Foto: Guilherme Neves / Terra

Num mercado afetado diretamente pelos smartphones de um lado - que têm câmeras cada vez melhores, com o potencial de substituir as compactas algum dia - e marcas consagradas da fotografia profissional do outro - como Nikon e Canon - a Panasonic se arrisca no meio termo.

A Lumix DMC GH3 é uma câmera sem espelho e um recurso de autofoco com controle touch que promete a "foto perfeita" de um profissional, até para amadores, com um simples toque na tela. E ainda tem Wi-Fi.

Controle remoto

A tecnologia sem-fio incorporada à câmera é utilizada para integrar o equipamento com tablets e smartphones. Um aplicativo - que estará disponível até o final do mês para iOS e Android - permitirá aos usuários controlar remotamente a câmera, dos menus ao disparo das fotos.

"Fotógrafos que querem capturar a vida selvagem, sem poder se aproximar muito, por exemplo, poderão armar a câmera e se distanciar para conseguir a foto do momento ideal", diz Samu Yuuki, diretor da fábrica de lentes da linha Lumix.

Também é possível programar a câmera para salvar as fotos tiradas diretamente num tablet ou smartphone. A Lumix não oferece, no entanto, integração com a nuvem, ou com redes sociais.

"Estamos estudando esse tipo de recurso para nossos equipamentos. Acreditamos que o futuro da fotografia digital está na tecnologia de novas lentes e nas aplicações para elas, mas ainda não incorporamos mídias sociais nessa câmera", explica o diretor.

Motor e CPU turbinados

No autofoco, um dos recurso mais impressionantes para quem já teve que ajustar às pressas os anéis da lente tentando fotografar algo em movimento ou em perspectiva é a possibilidade de deixar a câmera detectar o objeto a ser focalizado. Outra opção é selecioná-lo com os botões de comando. Quem quiser simplificar, pode usar a tela touch screen enquanto olha a imagem pelo visor - que contém uma pequena tela - enquanto a mira do foco viaja pelo quadro. Ou ainda, num conjunto de objetos com distâncias diferentes entre si, basta tocar sobre o escolhido na tela para que a câmera foque e fotografe.

Segundo a Panasonic, a velocidade de detecção das imagens focalizadas se dá por um sistema chamado Venus Engine, que utiliza duas CPUs para processar as informações do foco, contraste e estabilização da foto.

Combinado com o processamento está um sistema de motores que aumenta a resposta do jogo de lentes.

A Lumix GHC conta com corpo de magnésio à prova de poeira e umidade, e um sistema que ameniza a geração de calor. A câmera também grava vídeos em full HD, nos formatos .mov, MP4, AVCHD Progressive e AVCHD. O preço: US$ 2.299 (cerca de R$ 4.820) com lentes de 12 a 35 mm. O modelo ainda não é vendido no Brasil.

"Além disso, nossas lentes vêm com uma capa nano tecnológica que ajuda a melhorar a qualidade da imagem, eliminando 'fantasmas' formados pelo reflexo", completa o executivo.

Banhada nas águas das montanhas

Lente é algo sério para a Panasonic. Nas instalações em Yamagata é preciso colocar jaleco, touca e chinelos para visitar. Não é permitido fotografar o local. A fábrica opera em turnos contínuos durante 350 dias por ano, com produção de 5 milhões de lentes por mês.

O processo se inicia com o vidro, ou acrílico, sendo moldados, passa pela aplicação da nano camada e por um banho nas "águas puras das montanhas", cujo grau de limpeza garante a lavagem perfeita - e a irrigação de pomares de suculentas maçãs cultivadas no terreno da própria fábrica.

Salas à prova de poeira - o maior inimigo das lentes, segundo técnicos da Panasonic - completam as instalações. Nas salas de testes, funcionários com máscaras trabalham constantemente, ignorando totalmente os visitantes, até ouvirem o "hino" da empresa, indicando a hora da troca de turno.

Diz-se que o fundador da empresa, Konosuke Matsushita, visitou certa vez a cidade para aproveitar as águas termais. No hotel tradicional japonês, onde dorme-se em tatames e veste-se quimono no jantar, a dona pediu ao senhor Matsushita que abrisse uma fábrica na região, para ajudar a economia.

Na década de 1980, foi aberta a unidade, com a fabricação de equipamentos para VCR. Hoje, a fábrica produz tecnologia óptica para DVDs e cartões de memória, além de maçãs verdes.

(Guilherme Neves viajou a Yamagata a convite da Panasonic.)

Fonte: Terra
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