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Lojistas usam manequins "biônicos" para espionar clientes

21 nov 2012 - 10h21
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Varejistas estão começando a implantar manequins inteligentes para vigiar e analisar os clientes em suas lojas. Esses bonecos, mais do que expôr as roupas, são equipados com a mesma tecnologia usada para identificar criminosos em aeroportos e são capazes, com uma câmera embutida no olho, de alimentar com dados um software de reconhecimento facial que registra idade, sexo, etnia e fluxo de pessoas.

Câmera no manequim reconhece idade, sexo e etnia e envia informações para um software
Câmera no manequim reconhece idade, sexo e etnia e envia informações para um software
Foto: Reprodução

Segundo a Bloomgberg, muitos lojistas estão mudando vitrines e layouts de lojas para instalar os manequins, fabricados pela italiana Almax SpA. O EyeSee, como é chamado o equipamento, custa 4 mil euros e foi lançado em dezembro do ano passado. Ele já está presente em lojas da Europa e dos Estados Unidos.

Os dados são usados para elaborar estratégias de marketing. Com o equipamento, é possível saber quantas pessoas entram na loja, registrar a que horas existe mais fluxo de clientes, os tipos de clientes e perceber se algumas zonas correm o risco de ficarem congestionadas. Segundo a Bloomberg, uma loja de roupas criou linha infantil depois que o manequim mostrou que as crianças representavam mais de metade do seu público no meio da tarde. Outra loja descobriu que um terço dos visitantes usando uma de suas portas eram asiáticos, o que levou à colocação um funcionário fluente em chinês naquela entrada.

A medida, porém, levanta questões legais e éticas. "Se você entra no Facebook, antes de iniciar o processo de registro, você pode saber exatamente quais informações eles estão recolhendo e o que eles vão fazer com elas. Se você está andando em uma loja, onde está a escolha?" disse o advogado Christopher Mesnooh à Bloomberg.

Segundo a fabricante, porém, os manequins analisam os dados ainda na câmera, sem ter de transmitir informações sensíveis como imagens ou informações biométricas para um computador. E o próximo passo da Almax já está em teste: uma tecnologia que reconhece palavras para permitir que os varejistas espionem o que os compradores dizem sobre roupas do manequim.

Fonte: Terra
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