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Guatemala nega asilo e vai deportar milionário John McAfee

6 dez 2012 - 16h38
(atualizado às 18h03)
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O presidente da Guatemala, Otto Pérez Molina, anunciou nesta quinta-feira que seu governo negou o asilo ao milionário americano John McAfee, detido na quarta-feira por entrar de forma ilegal no país. "Nossa decisão é não autorizar o asilo que está pedindo", declarou o presidente à imprensa no Palácio Nacional da Cultura, sem explicar os motivos.

O programador e fundador da empresa fabricante de antivírus McAfee é fotografado ao lado de um agente da Interpol
O programador e fundador da empresa fabricante de antivírus McAfee é fotografado ao lado de um agente da Interpol
Foto: Reuters

Por sua parte, o chanceler guatemalteco, Harold Caballeros, assegurou que nas próximas horas McAfee, 67 anos, será entregue a Belize, cujas autoridades querem interrogá-lo por um caso de assassinato. Caballeros argumentou que a expulsão do americano, fundador de uma empresa que leva seu nome e desenvolve programas antivírus informáticos, se deve ao fato de estar "de forma ilegal na Guatemala".

McAfee apareceu na terça-feira na Guatemala, dias após ter deixado pistas falsas sobre seu paradeiro, para fugir do interrogatório ao qual as autoridades de Belize, uma ex-colônia britânica onde tem uma casa, queriam submetê-lo pela morte de um vizinho. "Como cidadão americano poderia ter entrado por uma fronteira sem necessidade de visto, mas fez isso ilegalmente e a Migração tem o direito de expulsá-lo", sustentou.

Ele explicou ainda que as autoridades de Belize enviaram à chancelaria da Guatemala uma nota na qual requerem McAfee para interrogá-lo sobre o homicídio de seu vizinho, o americano Gregory Faull, de 52 anos, há um mês na cidade de Ambergris Caye. O advogado de McAfee, o guatemalteco Telésforo Guerra, foi notificado nesta quinta-feira da rejeição do asilo que tinha pedido ontem para seu cliente, acrescentou o ministro das Relações Exteriores guatemalteco.

O americano havia escrito hoje em seu blog que tinha pedido à embaixada dos Estados Unidos na Guatemala que o ajudasse a retornar a seu país. "Acabo de falar com o oficial de guarda da Embaixada. Disse que não há nada que possam fazer. Lhe pedi que me mandem de volta aos EUA, e de novo não há nada que possam fazer. Portanto vou a esperar pra ver", escreveu o magnata dos programa antivírus em seu blog.

Entenda o caso

John McAfee é o principal suspeito do assassinato do expatriado americano Gregory Faull, seu vizinho em San Pedro, Belize, país da costa nordeste da América Central, ao lado do México e da Guatemala. Faull foi encontrado morto com um tiro na cabeça na noite do dia 10 de novembro em sua casa. A polícia procurou McAfee no domingo (11) para interrogatório, mas ele se enterrou em um buraco na areia da praia, de onde observou a movimentação policial por 18 horas, e escapou dos agentes.

Para continuar fugindo da polícia, McAfee também pintou o cabelo. No dia 4 de dezembro, ele chegou à Guatemala, onde pede asilo político. Ele cruzou a fronteira entre os dois países ilegalmente acompanhado da sua noiva. De acordo com o jornal El País, o milionário andava armado como um mercenário em Belize. Desde que iniciou sua fuga, McAfee acusou ex-funcionários de planejarem incriminá-lo e matá-lo e, em uma entrevista, negou ser paranoico.

Segundo McAfee, que vem relatando sua fuga em um blog, ele está 'na mira' das autoridades desde que se negou a fazer uma contribuição a um político local. Em abril deste ano, ele teve sua casa em Belize invadida por policiais, que encontraram um laboratório de química, US$ 20 mil e um estoque de armas de fogo. McAfee chegou a oferecer US$ 25 mil como recompensa para quem provar sua inocência. Em 2010, McAfee vendeu para a Intel a empresa que criou em 1980. Desde então, não tem mais participação na companhia, que ainda leva seu nome.

EFE   
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