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Renovação no conselho da TIM dá mais tempo para o Brasil

Patuano possui cerca de 2 bilhões de euros (R$ 6 bilhões) em vendas de ativos planejadas da Telecom Italia

10 abr 2014 - 12h00
(atualizado às 12h01)
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<p>O presidente da Telecom Italia, Marco Patuano, tem enfrentado uma revolta de investidores insatisfeitos sobre a influência da Telefónica na empresa</p>
O presidente da Telecom Italia, Marco Patuano, tem enfrentado uma revolta de investidores insatisfeitos sobre a influência da Telefónica na empresa
Foto: Paolo Bona / Reuters

Uma reformulação no conselho de administração da Telecom Italia (TIM) deve permitir que o presidente-executivo da companhia, Marco Patuano, foque na renovação de operações domésticas do grupo e dará à espanhola Telefónica mais tempo para negociar uma possível oferta conjunta com outras operadoras brasileiras envolvendo a TIM.

As afirmações foram feitas por fontes próximas da situação, tendo em vista a assembleia da Telecom Italia marcada para 16 de abril.

A Telecom Italia precisa investir pesado para atualizar sua rede na Itália e capturar uma demanda crescente por banda larga ao mesmo tempo em que busca reduzir dívida líquida de quase três vezes o lucro e enfrenta rivais como a Vodafone, que tem muito dinheiro em caixa.

Patuano possui cerca de 2 bilhões de euros (R$ 6 bilhões) em vendas de ativos planejadas da Telecom Italia que podem sustentar seus planos de investimento.

Apesar da reforma no conselho, ele enfrentará desafios em representar os interesses de todos os acionistas quando lidar com a unidade brasileira da TIM que compete diretamente com a Telefónica.

Patuano já afirmou anteriormente que a TIM Brasil, que tem um valor de mercado de mais de US$ 12 bilhões, não está no bloco de ativos à venda. Mas ele consideraria uma venda caso recebesse uma oferta "jumbo".

Uma fonte familiarizada com o assunto disse que Patuano vai comprar tempo sobre as operações no Brasil, permitindo assim à Telefónica avançar com sua estratégia de tentar se unir com ao grupo Oi e à mexicana América Móvil para fazer uma possível oferta conjunta pela TIM Brasil mais para o fim do ano.

Os novos proprietários da TIM Brasil iriam então dividir a operadora, reduzindo preocupações sobre concorrência junto a autoridades brasileiras. Contudo, se os planos da Telefónica no Brasil fracassarem, ela pode ter de considerar vender sua fatia na Telecom Italia para satisfazer o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

"Em algum ponto, nos próximos seis a 12 meses, a Telefónica terá de decidir: ou será uma parceira total ou desistirá e dará adeus", disse um investidor da Telecom Italia, que pediu para não ser identificado.

A Telefónica é a maior investidora da Telecom Italia, com uma fatia indireta de quase 15% e tem a opção de aumentar sua participação. O grupo gostaria de dividir os ativos da TIM Brasil com outras operadoras no Brasil, disseram fontes próximas à Telefónica.

Fossati x Patuano

Marco Fossati, investidor dissidente do grupo italiano, disse que a Telecom Italia deve manter a TIM Brasil e buscar uma parceria com a operadora brasileira de banda larga GVT, unidade da francesa Vivendi.

O envolvimento da Telefónica na Telecom Italia deixou a companhia com um dilema no Brasil, pois a companhia espanhola controla a maior empresa de telefonia móvel do país, a Vivo.

A participação indireta da Telefónica na TIM Brasil por meio da Telecom Italia deixou o grupo espanhol na mira do Cade, que ordenou que a companhia reduza sua escala até meados de 2015, segundo fontes com conhecimento do assunto.

Desde sua nomeação em outubro, Patuano, possui o apoio da Telefónica e de três outros acionistas principais da Telecom Italia, mas tem enfrentado uma revolta de investidores liderados por Fossati, que estão insatisfeitos com a influência da companhia espanhola sobre o grupo italiano.

Reagindo ao desafio, os principais acionistas da Telecom Italia concordaram, em março, em indicar uma maioria de diretores independentes em uma renovação do conselho prevista para 16 de abril.

Giuseppe Recchi, possível presidente do futuro conselho mais independente, disse à Reuters no final de março que não vai interferir na estratégia de Patuano de vender ativos para financiar atualizações muito necessárias na rede da Telecom Italia e reduzir a dívida do grupo.

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