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Software livre e tecnologia também são assuntos de mulher

24 jul 2010 - 19h38
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Rafael Maia
Direto de Porto Alegre

Para a desenvolvedora Paloma Costa, que falou ao público do fisl11 neste sábado, em Porto Alegre, a mistura de batom, esmalte e softwares livres é um casamento perfeito. Mas, em uma sociedade machista, ainda há muito para ser alcançado.

Mulheres ganham espaço no FISL, em Porto Alegre:

Para Paloma, a verdade é que o universo dos computadores não se configura como exceção na esfera social. O papel desempenhado pela mulher quanto à questão técnica da informática é bastante estigmatizado. Ele reflete os personagens sociais dos gêneros masculino e feminino dentro da comunidade. "A mulher não precisa deixar de ser feminina para saber usar com maestria um código-fonte", afirmou.

No mundo, há mulheres, que, individualmente, lutaram por seu espaço e pela demonstração de que a capacidade e a inteligência independem do sexo. Durante a II Guerra Mundial, por exemplo, um grupo de mulheres pilotou o Eniac, primeiro computador digital eletrônico da história, que tinha 18 mil válvulas e pesava 27 toneladas.

Da mesma maneira, em meados do século XIX, Ada Lovelace se tornou a primeira mulher a contruir algaritmos que permitiam que máquinas pudessem computar valores de funções matemáticas. Somente em 1980, na Inglaterra, porém, as anotações e experimentos de Ada foram oficialmente considerados como o primeiro esboço de um software na história. Ou seja, o primeiro programador foi uma mulher.

Outros nomes importantes do cenário feminino na área são Grace Hooper, inventora do primeiro compilador, e, hoje, Marissa Ann Mayer, vice-presidente do departamento do Google para produtos de pesquisa e experiência do usuário.

No no Brasil, Cláudia Medeiros, professora da Unicamp, em Campinas - SP, recebeu do Google o prêmio Women in Technology por incentivar a atuação de mulheres na computação. Também são inspirações Sulamita Garcia, fundadora da comunidade Linux Chix (as garotas do Linux) e parte do grupo Intel e a gaúcha Fernanda Weiden, atualmente pertencente ao Google, em Zurique, na Suiça, e uma das organizadoras do fisl.

Outra brasileira a ser lembrada é Fernanda Viégas, que em maio deste ano foi incluída na lista de mulheres mais influentes do mundo da tecnologia da respeitada revista FastCompany, na categoria "Brainiacs" ("crânios", em livre tradução). A área em que Fernanda vem se destacando é a visualização de dados - ela é uma das criadoras do Many Eyes e atualmente pilota sua empresa, a Flowing Media.

Segundo Paloma, não é só o mercado que deve ser ampliado. É importante abrir a discussão para níveis superiores para que diretrizes sejam efetivamente desenhadas. Para ela, desde que foi criado, o fisl tem exercido o seu papel de forma competente. "Hoje o fórum aprendeu a abraçar outras tribos e não é só para geeks. O cara comum, a menina que gosta de Barbie, o pessoal apaixonado por música: todos estão aqui", afirmou.

O fisl11 se realiza em Porto Alegre, no Centro de Eventos da PUCRS, até este sábado. O Terra TV transmite as palestras ao vivo, diariamente, das 9h às 21h. Todos os vídeos sobre o fisl podem ser acessados clicando aqui.

Fonte: Redação Terra
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