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Software livre melhora relação de governos com a sociedade

29 jun 2011 - 17h49
(atualizado às 20h56)
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Ismael Cardoso
Direto de Porto Alegre

Com muitas críticas aos softwares proprietários, convidados do governador do RS, Tarso Genro, debateram cultura digital, democracia e governos no século XXI nesta tarde, durante a 12ª edição do fórum internacional software livre. O presidente da Fundação Linux, Jon Maddog Hall, o diretor de Desenvolvimento de Negócios do Grupo de Softwares e Soluções da Intel, James Beasley, o co-fundador da Fundação Software Livre América Latina, Alexandre Oliva, e o sociólogo Sérgio Amadeu falaram sobre como o software livre pode aumentar a liberdade dos usuários e melhorar a relação dos governos com a sociedade.

Governador Tarso Genro chega ao fórum internacional software livre
Governador Tarso Genro chega ao fórum internacional software livre
Foto: Pedro Faustini / Terra

Oliva foi o mais crítico entre os painelistas, afirmando que os computadores são vítimas do Windows e fazendo críticas ao Android e ao iPhone, pela coleta de dados dos usuários. Para Oliva, é obrigaçao do governo resguardar os dados da população e ser transparente, e isso não é poosível usando softwares proprietários.

Para ele, os governos devem abrir licitações não para comprar softwares prontos, mas para aprimorar um software existente, aberto e de livre distribuição, com custo mais baixo e que pode ser usado por outros governos. Beasley, diretor na Intel, concorda. Segundo ele, o uso de software livre pelo poder público, além de mais barato, torna mais fácil capacitar as pessoas a trabalhar com ele. A Intel demonstrou seu sistema operacional para dispositivos móveis, o MeeGo, afirmando que o software livre também pode ser moderno.

O sociólogo Amadeu disse que os governos não podem se tornar reféns de formatos de arquivos privados, e que toda a população deve ter acesso a esses dados e poder consultá-los de seus próprios PCs, utilizando software livre. "Temos poder de armazenar e transferir muitos dados. Os governos precisam abrir esses dados sem que os formatos pertençam a uma empresa, para que a população possa consultar e analisar esses dados para fiscalizá-los. Essa tecnologia existe no presente, para tornar a democracia interativa", afirmou.

Já Maddog aresentou o Projeto Cauã,que desenvolve há cinco anos - dois deles no Brasil -, para tornar o uso da informática mais amigável e democrático. O projeto, que busca recursos da iniciativa privada, prevê criar milhões de empregos, capacitando pessoas para dar suporte computacional em suas suas comunidades. O projeto prevê ainda o desenvolvimento de supercomputadores para pesquisas em universidades, além de computadores pessoais com baixo consumo de energia.

O governador Tarso Genro, em sua breve fala, agradeceu os painelistas, afirmando que os conceitos apresentados no painel serão incorporados ao governo do RS. Maddog presenteou o governador gaucho com uma garrafa de cerveja.

A 12ª edição do fisl se realiza no Centro de Eventos da PUC-RS, em Porto Alegre, até o próximo sábado. A grade completa com a programação e outras informações podem ser encontradas no site do evento, http://softwarelivre.org/fisl12/.

Fonte: Terra
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