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Sonda Dawn entra na órbita de Ceres, menor planeta-anão do sistema solar

6 mar 2015 - 15h25
(atualizado às 15h25)
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Após uma jornada de sete anos e meio, a sonda americana Dawn entrou nesta sexta-feira na órbita do misterioso Ceres e iniciou a exploração do menor planeta-anão do sistema solar.

Trata-se da primeira visita de uma sonda em torno de um corpo celeste como este.

A sonda iniciará dezesseis meses de exploração de Ceres, o que deve ajudar a desvendar seus mistérios e compreender melhor a formação do sistema solar há 4,5 bilhões de anos.

Dawn foi capturada pela gravidade de Ceres às 12H39 GMT (9H39 de Brasília) quando se encontrava a 61.000 quilômetros do planeta, informou o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa, em Pasadena, Califórnia.

"Após ter percorrido 4,9 bilhões de quilômetros em uma viagem de 7,5 anos, Dawn chegou a seu novo destino", declarou nesta sexta-feira Marc Rayman, diretor da missão no JPL.

"Desde sua descoberta, em 1801, Ceres foi considerado um planeta completo, depois um asteroide e, por fim, um planeta-anão", entre os três atualmente conhecidos em nosso sistema solar, incluindo Plutão, acrescentou.

"O estudo de Ceres nos permite voltar na história do espaço e as informações recolhidas pela Dawn poderiam resultar em descobertas importantes para a compreensão da formação do sistema solar", explicou esta semana Jim Green, diretor da divisão de ciência planetária da Nasa.

Trata-se da primeira sonda a explorar tão de perto um planeta-anão, o maior objeto conhecido no cinturão de asteroides do sistema solar situado entre as órbitas de Marte e Júpiter.

As últimas imagens de Ceres feitas por Dawn revelaram muitas crateras e dois pontos excepcionalmente brilhantes, próximos um do outro, e que os cientistas não conseguem explicar ainda.

"A equipe de Dawn está realmente animada com este fenômeno único no sistema solar", declarou recentemente Carol Raymond, cientista-chefe da missão.

"Nós poderemos explicar sua origem quando chegarmos mais perto de Ceres e então o mistério será resolvido", disse ela à imprensa, indicando que esses pontos luminosos poderiam ser o reflexo de gelo ou sal. A cientista também acredita que Ceres poderia abrigar micro-organismos.

Emissões localizadas e intermitentes de vapor d'água foram detectadas pela primeira vez em torno de Ceres entre 2012 e 2013 pelo poderoso telescópio espacial europeu Herschel.

Ceres exala 6 km de vapor d'água por segundo, de acordo com os astrônomos da Agência Espacial Europeia (ESA).

Esta foi a primeira detecção de vapor de água em torno de um asteroide, ressaltaram na ocasião os cientistas.

Com a aproximação de Dawn do solo de Ceres, cujo diâmetro é de 950 km, os pesquisadores vão procurar indicações de uma possível atividade geológica.

Em uma primeira etapa, a sonda se aproximará de Ceres em uma órbita polar a 13.500 km antes de sobrevoar a cerca de 375 km no final de novembro.

Antes de se dirigir a Ceres, Dawn, que pesa 1,21 tonelada, havia explorado Vesta, um dos maiores asteroides do sistema solar, em torno do qual permaneceu em órbita por um ano a partir de julho de 2011.

Vesta é uma grande rocha de forma irregular, sem nenhum vestígio de água, com um núcleo de ferro e um diâmetro médio de 520 km.

Lançada em 2007, a sonda Dawn, uma missão de 473 milhões de dólares, é especialmente equipada com uma câmera de alta definição e dois espectrômetros. Ela tem um motor elétrico de propulsão iônica que assegura um impulso constante para atingir velocidades muito elevadas.

Além de Dawn, a Nasa está se preparando para explorar Plutão, segundo maior planeta-anão no sistema solar depois de Eris.

A sonda New Horizons, lançada em 2006, continua a se aproximar deste planeta-anão e vai alcançará seu ponto mais próximo em 14 de julho. A sonda não poderá entrar em órbita ao redor de Plutão, devido à natureza de sua atmosfera.

A Nasa também lançará em 2016 a nave espacial OSIRIS-Rex, para estudar um grande asteroide e trazer de volta amostras para a Terra.

Uma das grandes prioridades da Nasa é rastrear asteroides com órbita perto da Terra e de desenvolver técnicas de proteção de nosso planeta contra uma eventual colisão catastrófica.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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