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Steve Jobs sempre se sentiu um predestinado, diz biógrafo

24 out 2011 - 12h28
(atualizado às 13h13)
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Romântico, extremamente sensível e obsessivo na busca da beleza, mas também consciente de seu poder e muito exigente, Steve Jobs acreditou desde criança que era "especial", que o destino o havia escolhido para fazer grandes coisas. Esse é o retrato de Jobs que Walter Isaacson, biógrafo autorizado pelo cofundador da Apple, traçou em entrevista por telefone à Agência Efe, na qual garante que mesmo com a gravidade de sua doença, o americano deixou "ideias novas e brilhantes para telefones e outros produtos".

Amigo diz que ficou sem fala ao saber da morte de Jobs:

Em Steve Jobs (Ed. Debate), fruto de mais de 40 entrevistas, Isaacson apresenta um "gênio" tão apaixonado e obsessivo com seu trabalho que chegava a se comportar de forma impiedosa com os mais próximos. "Seu maior defeito era que em algumas ocasiões se deixava levar tanto pela paixão que chegava a ser mesquinho com as pessoas. (...) Não costumava pedir perdão, mas mesmo assim as pessoas eram fiéis a ele porque valorizavam seu talento", disse Isaacson.

Apesar de não fazer autocrítica, o cofundador da Apple era "muito consciente" do impacto de seu comportamento e se mostrou arrependido de "muitas coisas". "Ele se sentia culpado por não ter cuidado da filha mais velha desde o início e do modo como tratou seus pais quando foi estudar na universidade. Acho que também se arrependeu de não ter passado por uma cirurgia para retirar o tumor logo após o diagnóstico de câncer", destacou Isaacson.

O fato de ser uma criança adotada foi determinante na personalidade de Jobs. "Ele me contou - disse o biógrafo - que ser adotado o fazia se sentir independente e alheio ao mundo, e também se sentir especial". Jobs não tinha hobbies, apenas duas coisas o interessavam: "sua família - era completamente apaixonado por sua mulher e tinha uma relação 'fortíssima' com seus filhos - e seu trabalho na Apple", que também trouxe grandes decepções ao cofundador da empresa americana.

Segundo Isaacson, Jobs sentiu como a maior traição de sua vida o fato de a Microsoft ter criado "um computador com interface gráfica parecida com o do Macintosh". Nos anos 80 tinha uma "obsessão" pela concorrente porque pensava que suas ideias tinham sido roubadas por Bill Gates, o que também aconteceu em relação ao Google nos últimos anos, por considerar queo gigante de buscas tinha se apropriado de alguns conceitos do iPhone e de seu sistema operacional móvel.

No entanto, o biógrafo ressaltou que Jobs não era um homem vingativo e que, inclusive, com o passar dos anos, desenvolveu uma amizade com Gates. Jobs afirmava que seu maior orgulho era ter criado uma empresa que "prosseguiria sem ele" graças à sua equipe, com Tim Cook e Jony Ive no comando.

Embora fosse muito reservado e não falasse muito de sua intimidade, Jobs quis ter uma biografia oficial para que seus filhos compreendessem por que nem sempre estava junto com eles, para ser ele mesmo a contar sua história e deixar testemunho de seu legado em um livro.

EFE   
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