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EUA: uso de energia limpa vira tática de guerra da Marinha

10 out 2011 - 16h30
(atualizado às 16h34)
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Utilizar recursos renováveis como fonte de energia não é apenas uma questão de economia e sustentabilidade: para o exército americano, é um ponto de gestão estratégica para o campo de batalha. O custo de transporte de combustível, bem como a dificuldade de garantir a segurança da carga são as principais preocupações logísticas dos militares. Por isso o foco do 3° ExFOB (Experimental Forward Operating Base, em inglês, ou Base operacional experimental avançada, em tradução livre), em 2011, foi no uso de energia solar e táticas de eficiência de consumo de combustível veicular.

Tecnologias de ponto para uso de energia solar e eficiência de consumo de combustível foram apresentadas na feira ExFOB
Tecnologias de ponto para uso de energia solar e eficiência de consumo de combustível foram apresentadas na feira ExFOB
Foto: YouTube / Reprodução

Ao todo, 13 fornecedores estiveram na base de Twentynine Palms, na Califórnia, para apresentar tecnologias de ponta em tal ponto de desenvolvimento que possam ser rapidamente fabricadas e utilizadas para ajudar os soldados em campo. A Marinha americana sugeriu a demonstração de sistemas concentrados de captação, como painéis com lentes e placas térmicas que movem motores Sterling (com ciclo termodinâmico), e unidades energéticas removíveis e fáceis de conectar, além de chassis e motores mais eficientes. Sistemas de controle a temperatura dos automotores em climas muito frios ou quentes - funções que consomem combustível em veículos comuns - também são bem vindas.

Em combate, segundo os oficiais norte-americanos, é comum que os veículos fiquem parados e com os motores ligados para gerarem energia elétrica para outros aparelhos, como sistemas de rádio, laptops e rastreadores. Porém, a quantidade de combustível gasta por tanques e similares é muito alta em relação à quantidade de energia que geram. Por isso, o interesse dos militares é em sistemas que garantam eletricidade aos equipamentos reduzindo o uso de diesel e afins, ou utilizando outras fontes de energia, como o sol.

Uma das empresas presentes à exibição, a Cogera fez demonstração de um sistema de captação concentrada solar que produz energia elétrica e funciona serve também para o aquecimento da água. Segundo a empresa, até 80% da energia do sol consegue ser capturada pelo equipamento, e o que não é usado na conversão em eletricidade fica para esquentar a água.

A israelense Essence Solar Solutions apresentou uma placa de captação concentrada que utiliza germânio, em vez do tradicional silício, nas células fotovoltaicas. O sistema PowerDish, da Infinia Corporation, também aposta em materiais diferentes dos comuns: um pistão gera energia elétrica a partir da pressão criada com o aquecimento e resfriamento do gás em seu interior. A estratégia da SBM Solar é a portabilidade: uma manta fotovoltaica de apenas seis kg - diferente dos 45 kg em média dos equipamentos de recarga de dispostivos -, que libera peso e espaço nas mochilas dos soldados.

Outra companhia selecionada, a Nest Energy Systems apresentou o sistema Vipur, que reduz em até 75% o consumo de combustível em tanques militares, quando o motor está em baixas rotações. Isso porque usa um alternador extra, conectado a uma bateria de fosfato de ferro-lítio, para gerar eletricidade. A conexão ao veículo leva cerca de 30 minutos, e o mecanismo é automático, ou seja, não precisa que ninguém o acione para começar a funcionar. Ao Vipur, foi acoplado para a demonstração um painel solar de 430 Watts.

Fonte: Terra
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