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Telefónica elevará fatia na Telecom Italia; TIM pode ser vendida

25 set 2013 - 11h15
(atualizado às 11h21)
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O grupo espanhol Telefónica firmou nesta terça-feira acordo para gradualmente assegurar o controle na Telecom Italia, em uma operação que deve ter impacto no mercado brasileiro, já que no país as empresas são controladoras das operadoras de celular Vivo e TIM, respectivamente.

O acordo de 860 milhões de euros (1,2 bilhão de dólares) em dinheiro e ações firmado nesta terça-feira permitirá à Telefónica aumentar sua fatia na Telco, holding que controla cerca de 22 por cento da Telecom Italia, e que outros investidores eventualmente saiam do negócio.

A operação ainda tem que receber aprovação de reguladores brasileiros, que poderão forçar a Telecom Italia a vender a TIM Participações, se a Telefónica adquirir a totalidade da Telco, disse uma fonte da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), à Reuters.

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, confirmou que a TIM terá que ser vendida se a Telefónica de fato assumir o controle da Telecom Italia, pois o grupo espanhol não poderá ter o controle de duas operadoras concorrentes no Brasil. O ministro disse ainda que a alienação não poderá ser para outros grupos que operam no país --Oi, Claro ou Nextel.

A possibilidade de venda da TIM levou a ação da empresa a disparar quase 10 por cento no pregão desta terça-feira na bolsa paulista, contra queda de 0,31 por cento do Ibovespa.

Além de resolver o embate antitruste e regulatório no Brasil, a venda da TIM no Brasil é vista como uma solução para o alto endividamento da Telecom Italia, segundo analistas.

"O maior problema nessa venda é que, no cenário atual das empresas de telecomunicações, não encontramos muitos 'players' dispostos a entrar no mercado brasileiro", disse a equipe de análise da corretora Ativa.

O analista Allan Nichols, da MorningStar Equity Research, avalia que uma solução seria a venda da TIM para uma empresa como Vodafone ou DirectTV, mas ele também faz ressalvas sobre o potencial interesse no ativo brasileiro.

"Apesar de a Vodafone ter dinheiro suficiente, após vender sua fatia na Verizon Wireless, a empresa nunca operou na América Latina e não achamos que queiram entrar nesse mercado", escreveu Nichols, em relatório. "Já a DirectTV tem algumas operações no Brasil que iriam se complementar com as da TIM, mas também não achamos que a empresa gostaria de se comprometer dessa forma."

ACORDO

A Telefónica anunciou pela manhã um acordo envolvendo ações e dinheiro para aumentar sua fatia na Telco. Através de uma complexa série de transações, a Telefónica só assumirá o controle total da Telco --e, portanto, da Telecom Italia-- se receber a aprovação de reguladores antitruste.

A operação avalia as ações da Telecom Italia detidas pelos seus parceiros italianos na Telco em 1,09 euro por papel. Integram o grupo de investidores a seguradora Generali e os bancos Intesa Sanpaolo e Mediobanca.

Em comunicado ao mercado brasileiro, a Telefónica confirmou os detalhes da operação, afirmando ter adquirido ações preferenciais sem direito a voto, mantendo-se por enquanto inalterada a estrutura de controle da Telco.

Segundo a empresa, foram preservadas todas as obrigações e restrições originalmente impostas pela Anatel e pelo Cade, referindo-se ao acordo firmado com as autoridades em 2007 que previa a não interferência na gestão da TIM no país. A empresa não comentou a possibilidade de venda da companhia.

(Por Danilo Masoni, em Milão, Leonardo Goy, em Brasília, e Luciana Bruno, no Rio de Janeiro)

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