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Wyllys: transexuais estavam "pela metade" nas redes sociais

Deputado participou da criação de ferramenta que permite que usuário defina sua identidade de gênero no Facebook

2 mar 2015 - 18h21
(atualizado às 19h30)
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Para o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), ferramenta que permite definir identidade de gênero no Facebook é "pedagógica" e ajuda no combate ao preconceito
Para o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), ferramenta que permite definir identidade de gênero no Facebook é "pedagógica" e ajuda no combate ao preconceito
Foto: Débora Melo / Terra

O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), convidado pelo Facebook a ajudar a desenvolver a ferramenta que libera o usuário a escolher sua própria identidade de gênero, disse que o recurso demorou “um pouco” a chegar ao Brasil e que era “inadmissível” que por aqui só existissem as opções “masculino” e “feminino”. Os usuários brasileiros da rede social podem, a partir de hoje, escolher o termo que descreve sua identidade: travesti, pessoa transexual, sem gênero etc.

Facebook libera usuário a se identificar como transexual

“Era inadmissível que as pessoas transexuais estivessem pela metade nas redes sociais. A gente sabe que um aspecto fundamental da dignidade da pessoa transexual passa pelo nome dela e pelo gênero que ela encarna”, disse o deputado durante evento de lançamento da ferramenta, nesta segunda-feira, em São Paulo. "Pode parecer algo banal para uma pessoa de fora, mas essa dimensão pública da identidade é bastante significativa para os transexuais e suas famílias", completou.

O deputado, que é assumidamente homossexual, lembrou o "sofrimento psíquico e físico" a que está sujeito o público LGBT e disse que a ferramenta tem função “pedagógica”, à medida em que contribui para o combate ao preconceito.

“Quando ela reconhece a existência de gêneros que não só o gênero masculino e feminino e dá ao sujeito a autonomia de se autodeterminar, ela está sendo pedagógica. Ela diz, sobretudo para a nova geração, essa que está nas redes sociais, que o mundo é diverso. Isso vai criando uma cultura de respeito e aceitação”, afirmou o deputado.

Congresso atrasado

De acordo com o deputado, enquanto o Congresso Nacional “se congela” nas discussões acerca dos direitos da comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros), outros setores da sociedade caminham no sentido oposto.

“O que está acontecendo é isso. Nós temos um Congresso Nacional parado e uma cultura se movendo com muito mais velocidade, se transformando. E o fato de uma empresa do porte do Facebook reconhecer isso é pedagógico”, completou.

Wyllys, que é autor de um projeto de lei sobre identidade de gênero, lamenta a nova composição do Congresso. "A gente está em um ambiente muito ruim para aprovar o projeto. O Congresso é bastante conservador e nós temos um fundamentalista religioso na presidência da Câmara (Eduardo Cunha/PMDB-RJ), que está pautando projetos que são contrários à cidadania LGBT. Mas, culturalmente, a gente está avançando", encerrou.

Fonte: Terra
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