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Cientistas conseguem ativar supercondutividade do grafeno

19 jan 2017 - 11h37
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Cientistas da universidade britânica de Cambridge conseguiram ativar certas propriedades que transformam o grafeno em um material supercondutor, capaz de transportar correntes elétricas sem resistência alguma, segundo um trabalho publicado hoje pela revista "Nature Communications".

Desde a descoberta em 2004 do grafeno, um material com propriedades singulares que promete revolucionar diversos âmbitos da tecnologia, os cientistas buscaram o modo de utilizá-lo como um supercondutor.

Angelo Di Bernardo e Jason Robinson, pesquisadores do Centro para o Grafeno de Cambridge, atingiram esse objetivo unindo o material com outra substância, óxido de cério com praseodímio (PCCO, em inglês).

"Há muito tempo tinha sido postulado que, sob as condições adequadas, o grafeno devia registrar uma transição para a supercondução", afirmou Robinson em comunicado da universidade.

Até agora, tinham sido registradas propriedades similares à supercondução unindo grafeno com outros metais, uma técnica que, no entanto, não demonstrava que o próprio material estivesse transmitindo eletricidade sem resistência.

"Pôr o grafeno sobre um metal pode alterar de forma dramática suas propriedades e fazer com que se comporte de um modo diferente ao esperado. Mas o que vemos nesses casos não é uma supercondutividade intrínseca ao material", descreveu o cientista.

O experimento desenvolvido em Cambridge sugere por outro lado que o PCCO "desperta" certas propriedades do grafeno, que atua efetivamente como um supercondutor.

"Vimos um tipo de condutividade muito diferente no grafeno e no PCCO. Isso era essencial, porque significa que a supercondutividade não era uma propriedade externa e que o PCCO somente era necessário para ativar a propriedade intrínseca do grafeno", disse Robinson.

O grafeno é formado a partir de uma única camada de átomos com surpreendentes propriedades mecânicas, ópticas e elétricas.

Destaca-se por sua alta dureza, transparência e flexibilidade, e suas aplicações atingem setores tão diversos como informática, telefonia celular, soluções energéticas e indústria alimentícia.

A promessa de contribuir para o avanço da tecnologia levou a Comissão Europeia a transformar a pesquisa sobre o grafeno em um de seus focos de atenção para os próximos anos, e a dedicar um investimento de mais de 500 milhões de euros até 2023.

A propriedade supercondutora do grafeno descoberta por Robinson e Di Bernardo abre novas possibilidades práticas para esse material, que poderia ser utilizado em circuitos de computadores quânticos de alta velocidade.

EFE   
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