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Altíssima definição: o futuro da sua TV é 4K

A tecnologia para captura e exibição de imagens com nível de detalhes surpreendente já começa a ser testada no Brasil

8 dez 2015 - 09h00
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Se você pensou que a resolução 4K – também conhecida como Ultra HD – seria uma moda passageira como as televisões 3D, estava enganado. De acordo com a empresa de consultoria TrendForce, de Taiwan, televisores com essa característica já representarão 25% dos aparelhos vendidos em todo o mundo em 2016. Diante dessa demanda, produtores de audiovisual têm iniciado uma corrida para se adequar ao futuro, aderindo à nova tecnologia.

O formato 4K tem resolução quatro vezes superior ao Full HD
O formato 4K tem resolução quatro vezes superior ao Full HD
Foto: iStock

Atualmente, serviços de vídeo pela internet, como Youtube e Netflix, são basicamente as únicas alternativas para o consumo de vídeos em altíssima definição. Mas isso deve mudar em breve. “Quando falamos de 4K há um problema claro: falta conteúdo para transmitir. Mas essa questão vai ter que ser resolvida, nem que seja a fórceps”, brinca Maurício Donato, professor de produção audiovisual do SENAC de São Paulo e membro do SBTV (Sistema Brasileiro de TV Digital).

Transição

Por isso, redes de televisão no mundo inteiro já estão em processo de adaptação para captura de conteúdos em 4K. Inclusive no Brasil. Aqui, a TV Globo já filmou e editou a minissérie “Dupla Identidade”, que foi ao ar em 2014, no novo formato. O carnaval carioca e outros produtos dramatúrgicos também foram capturados utilizando a tecnologia. “A Globo é uma das maiores exportadoras de conteúdo do mundo. Como os clientes internacionais exigem uma qualidade de imagem cada vez maior, faz sentido passar a operar em 4K, para oferecer um diferencial”, explica Donato. Ele lembra que a TV Record também tem iniciado a captura de conteúdos no formato.

Segundo Donato, as empresas já começam a fazer produções no formato para capacitar funcionários a lidar com a mudança. “Quando séries e minisséries passaram a ser captadas em alta definição, foi necessária toda uma reaprendizagem. A maquiagem precisou ser feita com mais rigor, os cenários tiveram de ser mais detalhados, a iluminação ficou mais complexa”, pontua o professor. “Na transição para o 4K, isso é potencializado. A qualidade de imagem é absurda, o que torna qualquer defeito visível”.

Todos esses detalhes na imagem são percebidos com facilidade já que a resolução 4K oferece um nível de detalhamento quatro vezes maior do que a resolução Full HD. As imagens são formadas por 8 milhões de pontos individuais – os famosos pixels – comparados a 2 milhões. Mais especificamente: são 3.840 x 2.160 pixels contra 1.920 x 1.080 pixels.  

Donato se recorda do longo período de adaptação quando houve a transição do formato analógico convencional para o digital em alta definição. “O seriado ‘Os Normais’, da TV Globo, teve episódios gravados em Full HD ainda em 1999, sendo que as primeiras transmissões digitais no Brasil se iniciaram apenas em dezembro de 2007”. De acordo com o professor, a transição para o formato 4K se dará de maneira mais rápida. “Estimo, com base no que tenho observado no mercado, que em cerca de 3 anos as grandes emissoras do mundo já estarão captando e editando todo o conteúdo com a nova tecnologia”.

Exibição

Se a produção de conteúdo avança a passos rápidos, ainda vai levar tempo para que transmissões de TV em 4K cheguem aos consumidores. Durante a Copa do Mundo do Brasil, alguns brasileiros puderam acompanhar partidas em altíssima resolução por meio de uma operadora de TV a cabo. “A tendência é que serviços de streaming pela internet estejam na dianteira para a transmissão de conteúdos em 4K. Diferentemente de transmissões de TV aberta, eles não dependem de políticas públicas para entrar em funcionamento”, analisa Donato.

Atualmente, nenhum país faz transmissões comerciais abertas em 4K, embora o Japão prometa iniciar o serviço no próximo ano. No Brasil, isso ainda parece uma realidade distante. O país ainda não desligou as emissões televisas analógicas e partes do território nacional sequer recebem o sinal digital em alta definição. “Em São Paulo, por exemplo, ainda há cerca de dois milhões de telespectadores que não têm acesso ao sinal digital até hoje. Enquanto houver uma parcela substancial da população sem acesso à TV digital, as emissoras não vão compactuar com desligamento do sinal analógico”, conclui o professor.

Fonte: Cross Content
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