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Verão os robôs as séries da Netflix no futuro?

3 mar 2017 - 06h03
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A Netflix abriu caminho com o "streaming" e inovou na produção de conteúdos, mas a ambição de seu fundador, Reed Hastings, não tem limites: a plataforma continuará sua evolução até mesmo se for preciso seduzir os todo-poderosos robôs do futuro.

"Em 20 anos haverá uma inteligência artificial muito grande. Daqui a 20 ou 50 anos haverá muito debate sobre o que acontece com a humanidade. (...) Portanto é divertido pensar o que vai ser do entretenimento nesse contexto. Não tenho certeza se estaremos entretendo a vocês ou às inteligências artificiais", brincou Hastings no Mobile World Congress (MWC), encerrado nesta quinta-feira em Barcelona.

Hastings embarcou na brincadeira de fantasiar com o hipotético futuro da Netflix, apesar de advertir que com a tecnologia não se deve especular porque é impossível prever seu caminho.

E qual é o segredo para sobreviver em um mundo em constante transformação? Como uma empresa que em 1997 enviava DVDs pelo correio se transformou em uma das maiores plataformas de conteúdo do mundo?

"O que fazemos é tentar aprender e nos adaptar, ao invés de se comprometer com uma visão particular sobre o que vai acontecer no futuro. Se a realidade virtual for tendência, nos adaptaremos a isso, se há lentes de contato com um poder assombroso, vamos fazê-las. Somos muito flexíveis e aprenderemos", afirmou.

Além de sua capacidade de evolução, Hastings conta com a audiência global da Netflix - quase 100 milhões de assinantes -, seus conteúdos de qualidade (séries como "House of Cards e "Narcos") e seu incentivo às produções locais.

"Sempre tivemos a intenção de produzir o melhor conteúdo, mas poder fazê-lo com criadores de todo o mundo é incrível. (...) É uma plataforma que dá audiências globais a produtores locais", destacou.

O executivo também ressaltou que a Netflix teve um impacto na forma de assistir conteúdos: a "liberdade" de poder ver o que quiser, quando quiser e de forma ilimitada farão com que, segundo sua opinião, mais emissoras de televisão abandonem suas transmissões lineares associadas a horários fixos e procurem uma fórmula sob demanda.

A sombra da plataforma é tão grande que seu executivo-chefe espera inclusive que as operadoras de telecomunicações sucumbam a seus encantos e comecem a oferecer aos usuários tarifas fixas de dados para assistir vídeos.

Nesse contexto, Hastings acredita que os dispositivos móveis serão cada vez mais utilizados para consumir conteúdos audiovisuais.

Entre os prêmios que Hastings recebeu no MWC esteve a contribuição da Netflix na luta contra a pirataria sem recorrer a campanhas de denúncia: o diretor destacou que cada vez mais usuários optam pelo conteúdo legal graças aos bons catálogos.

"Conseguimos fazer histórias de qualidade e ter uma voz própria na Netflix", disse o executivo, que não perdeu a chance de recomendar lançamentos, como a produção espanhola "Las Chicas del Cable" e "13 Reasons Why", um drama protagonizado por adolescentes que "aborda com honestidade" o suicídio.

"As pessoas nos dizem: 'adoro Netflix, mas tem opções demais'", declarou Hastings, que sem pensar duas vezes fez essas duas sugestões.

EFE   
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