Quem é o homem que vai substituir Steve Jobs
Steve Jobs provou sua genialidade tecnológica há muito tempo. Agora, Tim Cook mostrará se Jobs foi inteligente o suficiente para preparar um executivo capaz de manter o brilho da Apple mesmo quando Jobs não está por perto.
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Aqueles que conhecem Cook e os que contribuíram para o sucesso da Apple têm confiança de que ele provará que a fabricante de equipamentos e computadores, com sede em Cupertino, Califórnia, não é um show de um só homem.
"Tim é o melhor, um executivo extraordinário," disse Mike Janes, que trabalhou com Cook durante cinco anos na Apple. "Não acho que haverá qualquer contratempo enquanto Steve estiver fora."
Cook, 48, assumirá as rédeas da Apple durante pelo menos os próximos cinco meses, enquanto Jobs estiver de licença devido a "complexos" problemas de saúde. É um caminho pelo qual Cook já passou, tendo comandado a Apple por dois meses em 2004 enquanto Jobs se recuperava de uma cirurgia devido a um câncer de pâncreas.
A transição temporária foi tão tranqüila que a Apple o promoveu de vice-presidente executivo a chefe de operações em 2005. Cook desde então se tornou o executivo mais bem pago da Apple, com um salário de US$ 800 mil relativo ao atual ano fiscal. (Jobs é famoso por limitar seu salário a US$ 1.)
Cook comanda as operações diárias da Apple há muitos anos, mas ele se manteve satisfeito nos bastidores enquanto o carismático Jobs ocupava o centro das atenções.
Embora Jobs tenha apresentado grandes produtos como iPod e iPhone, os analistas dão a Cook o crédito pelo trabalho magistral de equilibrar apropriadamente a oferta e a demanda. Sua administração de estoques teve um papel essencial no êxito da Apple em acumular US$ 24,5 bilhões no caixa e em investimentos de curto-prazo - um valor enorme em meio à crise de crédito atual.
"Assim que ele chegou, a Apple deixou de cometer erros operacionais," disse o analista do setor Roger Kay, da firma Endpoint Technology Associates. "Eles costumavam ser como os policiais incompetentes do seriado Keystone Cops - gerando demanda sem ter o produto."
Mas as habilidades de Cook podem não bastar para amenizar os temores de que a Apple perderá seu caminho se Jobs não estiver lá para orquestrar as idéias que criam os produtos transformadores do mercado.
"Não há como ter alguém em todas as revistas sendo considerado o melhor líder do mundo e, por outro lado, dizer que a sua saída não fará diferença," disse Marshall Goldsmith, que dá treinamento a executivos e leciona na Universidade Dartmouth. "Se anunciassem amanhã que Jobs seria substituído por Deus, o valor das ações ainda cairia."
Embora seja quieto, Cook não é nada retraído. Um ciclista ávido fora do trabalho, Cook é um workaholic que devora barrinhas de cereais durante seus longos dias no escritório. Como Jobs, ele pode ser exigente e espera que seus subordinados tenham respostas tanto para questões grandes quanto pequenas nos negócios.
"Ele tem a habilidade de olhar para as coisas a 30 mil metros de altura em um instante e no outro descer até o nível do pára-brisa," disse Janes, que gerencia o FanSnap, um website que faz busca de ingressos. "Costumávamos dizer que conversar com Tim dava doença de descompressão, porque ele conseguia mergulhar tão fundo."
Natural do Alabama, Cook se formou em engenharia pela Universidade Auburn em 1982. Dizem que ele é um grande fã do time de futebol americano de Auburn.
Antes de se juntar à Apple em 1998, Cook trabalhou para a IBM por 12 anos e passou um tempo curto na Compaq Computer. Jobs não é a única lenda dos negócios que Cook conheceu em sua carreira. Ele também é um dos diretores da Nike, onde seu fundador, Phil Knight, continua presidente.
Tradução: Amy Traduções
